A Marinha dos Estados Unidos está a caminho de concretizar o objectivo de um submarino revolucionário com capaacidade de velocidades supersónicas, superiores à do som. O projecto arrancou ainda em 2016 sob a orientação e supervisão dos cientistas do Laboratório de Pesquisa Aplicada da Penn State, na Pensilvânia, EUA.
Os investigadores criaram uma tecnologia que permitirá aos submarinos viajar a uma velocidade supersónica no fundo do mar, atingindo o Mach 3 teórico (3.704 km/h), através de um fenómeno físico conhecido como supercavitação.
O que é a supercavitação?
É uma ‘bolha’ gigante de gás ao redor do submaeino que permite avançar sem resistência até atingir velocidades nunca vistas em meios subaquáticos. A nova tecnologia resolve um grande obstáculo que resulta da imensa quantidade de arrasto que é gerado, uma vez que o gás tem uma densidade e viscosidade muito menores do que a água líquida.
A tecnologia "imita" uma utilizada pelos soviéticos durante a Guerra Fria para desenvolver o Shkal, um torpedo com uma ogiva de mais de 200 quilos de explosivos, capaz de atingir 370 km/h dentro de água. Mas submarinos é outra história: o mais rápido da história – o K-222 soviético – só foi capaz de atingir 82,8 km/h.
Outro dos grandes obstáculos é a propulsão. As hélices subaquáticas tradicionais são incapazes de gerar o impulso necessário para atingir velocidades supersónicas. Para tornar este objectivo uma realidade, a Marinha dos EUA, que financiou a investigação, precisaria de propulsão a jacto, como um motor de foguete submarino, o que tornou a missão muito mais complicada.
O desafio de como conduzir o navio em estado de supercavitação é um dos mais complicados. Os sistemas de um submarino convencional são inúteis porque não foram projectados para interagir com o gás. Portanto, seria necessário vetorizar o impulso com motores semelhantes a naves espaciais ou manipular a forma da supercavidade.
Outro problema é como manter a bolha de gás estável e consistente para proporcionar redução de arrasto enquanto se ajusta às mudanças de velocidade e direção influenciadas pelos oceanos. Além disso, os sistemas internos do veículo – como o suporte à vida – devem ser adaptados para lidar com as forças e tensões associadas.
Por último, e não menos importante, a velocidade do submarino causaria ruídos inadequados para operações militares secretas. Além da poluição sonora que pode afectar a vida marinha. As ondas de choque e a turbulência criadas também podem representar perigos para a navegação de outras embarcações.
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