domingo, 3 de março de 2024

Estaleiros Navais em Sines: Um projecto e visão de futuro para a região


O Porto de Sines é sem qualquer tipo de dúvida, o maior ponto de referência portuário de Portugal. Há quem pense que falta uma última fase do seu contínuo desenvolvimento, que seria um novo terminal de contentores ( Já determinado de "Vasco da Gama", cujos concursos internacionais  lançados ficaram desertos).

Há outra componente que deveria ser um verdadeira aposta de interesse nacional, ao invés de outro hub de transhipment como é actualmente o Terminal XXI concessionado pela PSA. Uma aposta em estaleiros para construção e reparação naval.

À semelhança do que sucede noutros pontos do país, nomeadamente com a Lisnave, ( exemplo histórico), em Peniche, e ultimamente, de forma mais notável em Viana do Castelo, com a West Sea, seria um caminho de uma maior diversificação e desenrolar do leque de opções e serviços portuários do Porto de Sines.

Ao existirem estaleiros navais em Sines iriam ter um papel crucial na economia e no desenvolvimento regional. A necessidade é fundamentada na procura constante por construção, reparação e manutenção de embarcações, sustentando assim a vitalidade da indústria marítima. A importância desses estaleiros é evidente na geração de empregos locais e na promoção de competências técnicas especializadas, não só tendo em conta o contexto local, mas o facto de existir pessoal especializado na zona.

Além disso, a presença de estaleiros navais em Sines, iria contribuir significativamente para a segurança e eficiência do transporte marítimo, assegurando que as embarcações estejam em condições de navegabilidade adequada. ( Afinal quantos navios já poderiam ter sido reparados naquele Porto?). Iria também impulsionar o comércio, mas também iria fortalecer a posição estratégica e portuária da região como um hub logístico.

A relevância de uns eventuais estaleiros em Sines transcendia igualmente as fronteiras locais, influenciando positivamente a economia nacional ao impulsionar a indústria naval, indústria essa, que tem pergaminhos no nosso país, na nossa própria história.

Um bom exemplo do potencial, pode ser visto pela West Sea, subconcessionária dos estaleiros de Viana do Castelo, que encerrou o ano de 2023 com a maior carteira de encomendas da sua história: Cerca de 753 milhões de euros. A Lisnave teve o seu melhor ano de sempre.

Ao analisarmos dados, cenários e projecções, podiamos ver esta aposta como peça-chave para a autossuficiência do país no sector marítimo, fortalecendo a sua competitividade global. Aliado a um pólo tecnológico ou Politécnico, seria potenciar ainda mais este projecto.

Para concluir, dentro de uma aposta no Mar, que deve ser um desígnio nacional, um projecto futuro de estaleiros navais em Sines seriam de indispensável importância, não apenas para a prosperidade local, mas também para a resiliência e crescimento da economia portuguesa, consolidando a região como um pólo estratégico na indústria naval, visto que em Sines, o Mar, dentro das mais variadas vertentes é de uma extrema importância e faz parte da tradição local.

Poderá haver questões mais locais, no que concerne às acessibilidades, ( rodoviárias e ferroviária), e até outras fora do âmbito do projecto, e que são municipais ( Como a habitação para trabalhadores), que ainda assim não invalidam este conceito.

Esperemos que o futuro governo tenha esta visão pragmática e útil. 

Autor do artigo: Paulo Freitas

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