sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Como o Shipping transformou-se desde da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Passaram 2 anos desde da invasão da Ucrânia pela Rússia. O que muitos analistas pensavam que seria uma vitória militar rápida, tornou-se numa resistência e resiliência enorme dos ucranianos, perante uma das potência militares e nucleares do mundo.

Houve muitas transformação no decorrer destes 2 anos, principalmente na área do Shipping. A Rússia transferiu as suas cargas para Leste, utilizando todos os tipos de subterfúgios para manter em alta as receitas do petróleo e do gás, enquanto a Ucrânia teve de ser muito imaginativa para garantir que as suas exportações chegassem ao mercado global.

A Ucrânia exportou 13,4 milhões de toneladas de grãos ( um dos seus maiores activos comerciais), desde o início da temporada agrícola 2023/2024, um valor 26,7% inferior ao do ano anterior. A Ucrânia exportou 1,73 milhões de toneladas de trigo e 3,45 milhões de toneladas de milho em Dezembro, um aumento de 34% e 45%, respectivamente, em relação ao mês anterior. Os embarques da Ucrânia em Dezembro, embora ainda abaixo dos níveis anteriores à guerra, representam maiores volumes de exportação do que em quase qualquer mês no âmbito da agora extinta Iniciativa de Cereais do Mar Negro. Apesar das dificuldades no transporte, a oposição de alguns países europeus perante os custos, a Ucrânia tem conseguido manter alguma dinâmica neste aspecto.

A Rússia tem utilizado diversos meios para se  manter no activo em alta, perante as inúmeras sanções tanto por parte dos EUA, como Reino Unido e União Europeia. Um desses meios, é a utilização informa de uma "frota sombra", que navegam com bandeiras de outros países que não a Federação Russa. Tenhamos em conta o exemplo do Gabão. De acordo com os dados da Clarksons Research ( Empresa que possui uma plataforma digital que fornece acesso a dados, análises, previsões e insights para transporte marítimo, offshore, energia e avaliações.), demonstrou que o país africano em matéria de toneladas brutas, representava 0,8 milhões em contraponto com os 3,1 milhões de toneladas brutas, após a invasão russa, o que representou um aumento de 287%.

Olhando ainda para os dados, agora da MSI -  Maritime Strategies International, mostram que antes da invasão, a Rússia era um grande exportador de petróleo bruto e produtos petrolíferos para a Europa, correspondendo a 2,6 milhões de barris por dia de petróleo bruto e 1,3 milhões de barris por dia. No entanto, estes volumes caíram abruptamente na sequência do conflito, e parte específica destas cargas encontrou destinos alternativos mais distantes, especialmente o petróleo bruto que foi encaminhado para a Ásia.

O mapa comercial do GNL também foi redimensionado desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Após a cessação das importações de gás russo para a Europa devido à invasão, a procura de energia levou a um aumento nas importações de GNL dos EUA para a Europa, deslocando as importações asiáticas de GNL. Isto significou que as toneladas de transporte de GNL diminuíram durante a maior parte de 2021 e no primeiro semestre de 2022, com a Ásia a adquirir cargas de rotas mais curtas do Médio Oriente.

Não sabemos quanto tempo ainda vai durar a invasão da Ucrânia pela Rússia, mas é certo que voltar para um cenário pré-invasão é praticamente impossível, e mesmo que a guerra venha a terminar, os danos efectuados vão para além das soluções que um eventual plano dr fim de guerra, possa proporcionar. O mundo mudou e cada vez, é complicado haver soluções equilibradas, dentro de um sector que tem demonstrado uma enorme capacidade de adaptação face às adversidades.

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