O ministro da Economia Pires de Lima anunciou a intenção da Administração do Porto de Sines vir a investir nos próximos quatro anos cerca de 10 milhões de euros no porto de Portimão.
O ministro disse mais, adiantando que as intervenções previstas irão permitir ao porto de Portimão receber navios de cruzeiro de grande porte, o que não acontece actualmente, porque faltam executar três obras fundamentais – desassoreamento dos canais de navegação e bacia de rotação, alargamento do cais de embarque e redimensionamento da entrada da barra com mexidas no molhe de Ferragudo, bem como a existência de um rebocador, para apoio às manobras dos navios.
Pires de Lima afirmou que «os 10 milhões de euros chegam para as obras que são necessárias e que estão previstas também com o apoio comunitário (três milhões de euros) para dotar este porto de todas as capacidades do ponto de vista turístico, incluindo, obviamente, o rebocador».
Segundo cálculos efectuados pela autarquia portimonense, para fazer a totalidade das três obras previstas, serão necessários entre 20 a 25 milhões de euros, o que leva a concluir existir aqui algum irrealismo, ou por parte do Governo ou da autarquia, quando, segundo dados recolhidos pelo «barlavento», só o rebocador poderá estar avaliado em 4 a 5 milhões de euros.
As obras a efectuar no porto de Portimão, para que haja a possibilidade de entrada de navios com 300 m, passam pela dragagem do canal de acesso e alargamento de 150m para 250m, com igual procedimento na bacia de rotação que deve passar de 300m para 500m, tudo à cota -10, pelo prolongamento do cais comercial de 300m para 700m e, ainda, pela reconfiguração da ponta onde está o farol do molhe de Ferragudo.
Pode dizer-se que são três obras, que sendo complementares, são contudo diferentes, daí talvez se puder configurar três projectos em vez de um único e recorrer aos fundos comunitários numa ajuda significativa e não com uns meros três milhões. Porque as obras efectuadas noutros portos do país, nomeadamente em Leixões e nos Açores, não foram feitas com verbas irrisórias.
Segundo as notícias veiculadas na comunicação social, o investimento no porto de cruzeiros de Portimão é encarado pelo responsável João Franco como uma «obrigação» da Administração do Porto de Sines, enquanto empresa pública, uma vez que pode «contribuir muito» para a dinamização do turismo, uma actividade «absolutamente essencial no Algarve», e diremos, principalmente no país, como maior indústria exportadora que é. E rematou aquele responsável: «para nós, pode não ser um grande negócio. E não é certamente». Daí, talvez se possa concluir que entre a prioridade e o querer fazer vai uma distância tão grande como de Sines a Portimão ou Faro.
Como já se percebeu, os portos de Portimão e Faro, situados no Algarve, ficam na dependência da Administração do Porto de Sines e na alçada do ministério da Economia, pois são os dois portos mais rentáveis na região, não se sabendo qual o destino que irá ser dado às restantes infraestruturas portuárias.
O porto de Portimão não tem sido alvo de quaisquer melhoramentos, e o que se constata é que os sucessivos organismos que tutelaram os portos do Algarve, nunca se debruçaram seriamente sobre as potencialidades do porto do rio Arade, chegando mesmo a haver «areia na engrenagem» para que o LNEC não efectuasse estudos da navegabilidade do rio. Nunca houve uma candidatura a fundos comunitários, mas não existem, tanto quanto se saiba, projectos a fundamentar as obras necessárias.
Porque razão não existem projectos de cada uma das obras a serem efectuadas? Existindo gabinetes técnicos na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve ou até na Câmara, porque não desenvolver a execução desses projectos para que as entidades responsáveis possam ser confrontadas como todos os elementos técnicos para uma candidatura a fundos comunitários?
A resposta poderá vir célere e cheio de burocracia – devem ser feitos concursos e encontrar verba para efectuar esses projectos em gabinetes exteriores? E se os projectos forem efectuados pelos gabinetes oficiais há alguma lei que o proíba? Se houver, então acabe-se com os gabinetes técnicos porque não fazem falta.
Portimão, infelizmente para o Algarve e para o país, vai continuar a ver os navios a passarem ao largo.
Segundo cálculos efectuados pela autarquia portimonense, para fazer a totalidade das três obras previstas, serão necessários entre 20 a 25 milhões de euros, o que leva a concluir existir aqui algum irrealismo, ou por parte do Governo ou da autarquia, quando, segundo dados recolhidos pelo «barlavento», só o rebocador poderá estar avaliado em 4 a 5 milhões de euros.
As obras a efectuar no porto de Portimão, para que haja a possibilidade de entrada de navios com 300 m, passam pela dragagem do canal de acesso e alargamento de 150m para 250m, com igual procedimento na bacia de rotação que deve passar de 300m para 500m, tudo à cota -10, pelo prolongamento do cais comercial de 300m para 700m e, ainda, pela reconfiguração da ponta onde está o farol do molhe de Ferragudo.
Pode dizer-se que são três obras, que sendo complementares, são contudo diferentes, daí talvez se puder configurar três projectos em vez de um único e recorrer aos fundos comunitários numa ajuda significativa e não com uns meros três milhões. Porque as obras efectuadas noutros portos do país, nomeadamente em Leixões e nos Açores, não foram feitas com verbas irrisórias.
Segundo as notícias veiculadas na comunicação social, o investimento no porto de cruzeiros de Portimão é encarado pelo responsável João Franco como uma «obrigação» da Administração do Porto de Sines, enquanto empresa pública, uma vez que pode «contribuir muito» para a dinamização do turismo, uma actividade «absolutamente essencial no Algarve», e diremos, principalmente no país, como maior indústria exportadora que é. E rematou aquele responsável: «para nós, pode não ser um grande negócio. E não é certamente». Daí, talvez se possa concluir que entre a prioridade e o querer fazer vai uma distância tão grande como de Sines a Portimão ou Faro.
Como já se percebeu, os portos de Portimão e Faro, situados no Algarve, ficam na dependência da Administração do Porto de Sines e na alçada do ministério da Economia, pois são os dois portos mais rentáveis na região, não se sabendo qual o destino que irá ser dado às restantes infraestruturas portuárias.
O porto de Portimão não tem sido alvo de quaisquer melhoramentos, e o que se constata é que os sucessivos organismos que tutelaram os portos do Algarve, nunca se debruçaram seriamente sobre as potencialidades do porto do rio Arade, chegando mesmo a haver «areia na engrenagem» para que o LNEC não efectuasse estudos da navegabilidade do rio. Nunca houve uma candidatura a fundos comunitários, mas não existem, tanto quanto se saiba, projectos a fundamentar as obras necessárias.
Porque razão não existem projectos de cada uma das obras a serem efectuadas? Existindo gabinetes técnicos na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve ou até na Câmara, porque não desenvolver a execução desses projectos para que as entidades responsáveis possam ser confrontadas como todos os elementos técnicos para uma candidatura a fundos comunitários?
A resposta poderá vir célere e cheio de burocracia – devem ser feitos concursos e encontrar verba para efectuar esses projectos em gabinetes exteriores? E se os projectos forem efectuados pelos gabinetes oficiais há alguma lei que o proíba? Se houver, então acabe-se com os gabinetes técnicos porque não fazem falta.
Portimão, infelizmente para o Algarve e para o país, vai continuar a ver os navios a passarem ao largo.
Fonte: Barlavento Online
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