segunda-feira, 29 de abril de 2019

Presidente das Seychelles apela à protecção dos oceanos em discurso subaquático


O Presidente das ilhas Seychelles, Danny Faure, fez um apelo global à protecção do “coração azul do planeta” dos efeitos das alterações climáticas, num discurso proferido debaixo de água.
“Este problema é maior do que todos nós, e não podemos esperar pela próxima geração para o resolver. Estão a esgotar-se as desculpas para não agir, estamos a ficar sem tempo”, declarou o chefe de Estado a bordo de um submersível, a 120 metros de profundidade, no mar das ilhas que formam aquele país.
Danny Faure sublinhou que, da profundeza do oceano, consegue ver “a vida selvagem incrível que precisa de proteção”.
“Criámos os problemas, podemos resolvê-los”, apelou, o Presidente das Seychelles, um país que, como outros pequenos estados insulares, é extremamente vulnerável à subida do nível das águas provocada pelas alterações climáticas.
Faure falava durante uma visita a uma expedição científica liderada pela britânica Universidade de Oxford, que investiga a vida subaquática, mapeando vastas áreas do fundo do mar.
Os oceanos cobrem dois terços do planeta, mas permanecem, na sua maioria, desconhecidos.
“Temos melhores mapas de Marte do que do fundo do mar”, disse Danny Faure.
Pouco se sabe da vida aquática abaixo dos 30 metros de profundidade, o limite acessível a mergulhadores comuns.
Esta expedição opera até 500 metros, sendo os primeiros cientistas a explorar áreas de grande diversidade onde a luz do sol escasseia e começa o oceano profundo.
No final da missão, os investigadores esperam ter recolhido cerca de 1.400 amostras e 16 ‘terabytes’ de informação, numa pesquisa ao longo de 25 mil metros quadrados do fundo do mar, usando sondas multifeixe de alta resolução.
A informação vai ser usada pelas Seychelles para expandir a sua política de proteção de cerca de um terço das águas nacionais até 2020, uma importante iniciativa para a “economia azul” do país, numa tentativa de equilibrar as necessidades de desenvolvimento e de proteção ambiental.
As Seychelles é a primeira de seis regiões que a missão prevê explorar até 2022, altura em que os cientistas apresentarão a sua pesquisa numa cimeira sobre o estado do Oceano Índico, em cujas costas de África e da Ásia vivem milhões de pessoas.
Os cientistas esperam também que a sua pesquisa influencie as conversações que decorrem nas Nações Unidas para um primeiro tratado de conservação do alto mar, cuja conclusão está agendada para este ano.
Organizações ambientalistas defendem que um tratado internacional dessa magnitude é urgente, devido às alterações climáticas, à sobrepesca e à prospeção de minerais preciosos, que estão a colocar uma pressão insustentável na vida marinha.

A vida pode ter surgido em lagoas rasas (e não em oceanos profundos)



Um estudo recente descobriu que os lagos primitivos que existiam na Terra há 3.900 milhões de anos poderiam ter sido mais propensos ao surgimento das primeiras formas de vida no nosso planeta do que os oceanos profundos.

evolução é a explicação geralmente aceite de como a vida na Terra se tornou tão complexa. No entanto, há uma ponta solta que ainda ninguém conseguiu explicar – de que forma a vida emergiu da matéria não-viva.
A hipótese predominante e mais aceite é a de que a vida começou no oceano, onde as fontes hidrotermais forneceram as reações químicas necessárias ao surgimento de vida. No entanto, um recente estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) descobriu que os oceanos antigos não tinha nitrogénio suficiente – mas as lagoas rasas podiam ter.
O nitrogénio é considerado uma parte fundamental da transição da não-vida para a vida. De acordo com o New Scientist, a história afirma que o ácido ribonucléico (ARN) primitivo – uma molécula que ajuda a codificar a nossa informação genética – era, muito provavelmente, uma molécula flutuante.
Alguns cientistas acreditam que o ARN, quando entrou em contacto com óxidos de nitrogénio, poderia ter sido quimicamente induzido para formar aminoácidos, que então desenvolveram os primeiros organismos simples.
No entanto, segundo este tudo recentemente publicado na Geochemistry, Geophysics, Geosystems, os óxidos de nitrogénio não duraram o suficiente para conseguirem alcançar fontes hidrotermais do fundo do mar e, consequentemente, impulsionar a vida. Para sustentar esta teoria, os cientistas encontraram dois fatores até agora negligenciados: a luz ultravioleta do Sol e o ferro dissolvido das rochas.
“Neste estudo mostramos que se introduzirmos estas duas novas variáveis, elas suprimem as concentrações de óxidos de nitrogénio no oceano”, resumiu Sukrit Ranjan, principal autor do estudo. Depois de terem chegado à conclusão de que os oceanos não tinham nitrogénio suficiente, colocaram novamente a questão: onde se formou, então, a vida?
Segundo a equipa do MIT, as lagoas rasas são, para já, a melhor resposta a esta pergunta. Nelas, há menos volume para os compostos serem diluídos, e este tipo de condições é propício a maiores concentrações de óxidos de nitrogénio – dando-lhes uma maior probabilidade de interagir com moléculas como o ARN e, assim, surgir a vida.
Se a premissa para a origem da vida na Terra era o nitrogénio fixo, “então é difícil que a vida tenha surgido no oceano”, conclui o cientista. “É muito mais provável que isso tenha acontecido numa lagoa.”
Os cientistas admitem que este estudo recente não resolve o debate, mas fornece uma prova intrigante para fundamentar o argumento de que a vida surgiu numa tigela rasa, e não numa sopa primordial.

domingo, 28 de abril de 2019

Descobriram plástico dos anos 60 no mar


Um saco de plástico irlandês de 1965, uma linha de anzol dos anos 50. Não são relíquias mas sinais do desastre ambiental.

objetivo era recolher informação sobre o plâncton em mar aberto, mas acabou por servir para outra função. Este instrumento chamado CPR, ou melhor, Continuous Plankton Recorder, (uma espécie de gravador contínuo de plâncton), viaja pelos oceanos desde 1931. Pelo caminho, este aparelho tipo torpedo, recolheu acidentalmente provas de que andamos a poluir o planeta há muito tempo e que o plástico é mesmo muito resistente. 

No recorde de objetos encontrados temos um saco plástico de 1965, irlandês, que pode receber o prémio de primeiro registro de lixo de plástico encontrado no oceano. Das cerca de 16.725 viagens do CPRs, em 669 apanharam plásticos. Clara Ostle, investigadora do projeto e membro da Associação de Biologia Marinha de Plymouth, explicou à BBC que "vemos por meio desses registos que tivemos alguns casos históricos de plástico presos". E acrescentou: "Podemos construir uma percurso temporal a partir disto - para que possamos ver o aumento de plástico que ficam presos."

A juntar a este saco plástico dos anos 60, encontraram uma linha de pesca de 1957. Os investigadores revelam ainda que os dados recolhidos por este aparelho, o CPR, confirmam que houve um aumento significativo e constante do plástico oceânico desde os anos 90.

Como revela a National Geographic, os cientistas do Reino Unido estiveram a recolher dados da vida do plástico nos oceanos e criaram uma das maiores bases de dados de como o plástico tem sido recolhido no Atlântico Norte. Além disso, a bióloga revela que este aparelho é muito útil, sobretudo porque se comporta como um qualquer mamífero marinho. "Como navega na superfície, tal como os outros mamíferos, apanha o mesmo tipo de plásticos que ficam presos nos animais", revela o estudo.

Encontradas bactérias que comem petróleo no local mais profundo dos oceanos



Uma equipa de cientistas acaba de descobrir que uma bactéria única que come petróleo prolifera na Fossa das Marianas, no Pacífico Ocidental, o local mais profundo do oceano, com 11.00 metros de profundidade.

Em parceria com cientistas da China e da Rússia, especialistas da Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido, realizaram a análise mais completa das populações microbianas deste poço. Até então, apenas algumas expedições se debruçaram sobre os organismos que habitam neste ecossistema tão peculiar.

“A nossa equipa recolheu amostras da população microbiana na parte mais profunda da Fossa das Marianas. Estudamos as amostras recolhidas e a equipa identificou um novo grupo de bactérias degradadoras de hidrocarbonetos”, disse o cientista da Faculdade de Ciências Biológicas da UEA, Jonathan Todd, citado em comunicado.
Tal como explicou o especialista, os “hidrocarbonetos são compostos orgânicos compostos por hidrogénio e átomos de carbono, sendo encontrados em muitos lugares, incluindo no petróleo bruto e no gás natural”, observou.
“Basicamente, estes tipos de micro-organismos comem compostos semelhantes aos do petróleo, utilizando-os em seguida como combustível“, sustentou, dando conta que estes seres desempenham um papel importante em desastres naturais que envolvam derrames de petróleo nos mares, tal como aconteceu no Golfo do México em 2010.
“Descobrimos também que esta bactéria é realmente abundante no fundo da Fossa das Marianas”. Na verdade, a equipa concluiu que a proporção destes microrganismos que degradam hidrocarbonetos é inclusive mais alta no poço do que na Terra.
“Para nossa surpresa, também identificamos hidrocarbonetos produzidos biologicamente em sedimentos oceânicos no fundo do poço, o que sugere que uma população microbiana única está a produzir hidrocarbonetos neste ambiente”, sublinhou Nikolai Pedentchouk, da Escola de Ciências Ambientais da UEA.
“Estes hidrocarbonetos, semelhantes aos compostos que compõem o diesel, foram encontrados em algas na superfície do oceano, mas nunca em micróbios nestas profundidades”, rematou a cientista.

Os resultados da investigação foram publicados na passada sexta-feira na revista científica especializada Microbiome.

Mapear o mar português


Um mapeamento global e detalhado do imenso e imerso território é fundamental para assumirmos um inequívoco sentimento de pertença e potenciar a cadeia de valor do mar português
Para assumir o reconhecimento de algo que nos pertence é preciso conhecer os seus limites e configuração, fronteiras, relevo e contornos do que é nosso, permitindo-nos posteriormente sentir, acarinhar, defender e valorizar o nosso bem.
Assim é com o território do mar português, e para que todos os cidadãos portugueses tenham um claro e inequívoco sentimento de pertença em relação a este vasto território têm de o conhecer pormenorizadamente.
Um mapeamento global e detalhado deste imenso e imerso território é fundamental para que sejamos capazes de conceber e desenvolver melhores e mais eficientes ações de política pública do mar.
Só um mapeamento amplo e profundo dos fundos oceânicos e do seu relevo topográfico nos permitirá deter as condições ideais para desenhar melhores programas e projetos, destacando as suas caraterísticas, possibilitando um conhecimento fundamental específico e preciso, potenciando o aproveitamento adequado e sustentado dos seus recursos vivos e não vivos.
Logo, urge executar esta ação de política pública num período máximo de dez anos. Atrasar e limitar os recursos para a sua concretização, já em parte desenvolvida, será certamente um erro colossal no alicerçar das condições para a construção e o desenvolvimento pleno deste desígnio nacional, pois estes ajudarão a transformá-lo numa realidade estruturada, com futuro e capaz de gerar uma cadeia de valor que certamente contribuirá para o desenvolvimento social e económico do país.
O mar português, com o seu mapeamento, tornar-se-á para todos um território acessível, disponível para ser descoberto, investigado, desbravado e naturalmente potenciado e explorado de forma sustentável, equilibrada e justificada.
Por outro lado, desenvolver esta ação poderá oferecer a oportunidade de mais uma vez darmos ao mundo um novo passo para o seu avanço civilizacional e de conhecimento.
Tal como é também uma oportunidade para que os conhecimentos técnicos, de organização, inovação e criatividade, das instituições portuguesas, Marinha, Instituto Hidrográfico, centros de I&D, entre outras, possam ser reconhecidos e valorizados internacionalmente.
Por tudo isto era bom que o governo português apoiasse esta ação de política pública de forma determinante e consistente, através do financiamento e disponibilização dos meios e recursos necessários à sua rápida materialização.
Protelar o conhecimento amplo e preciso do território nacional marítimo pelos cidadãos é limitar-lhes o acesso a parte da sua identidade e propriedade.

Autor: Abílio Martins Ferreira


Baleia que deu à costa no Litoral Alentejano foi enterrada na praia


A baleia que tinha dado à costa nas Areias Brancas, praia da freguesia de Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém e que posteriormente devido a vários factores foi localizada posteriormente já na praia da Costa do Norte no concelho de Sines, foi enterrada nessa mesma praia. A decisão foi tomada pela Câmara Municipal de Sines, pela Autoridade Maritima e pelo ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas depois de terem analisado todas as possibilidades  e pela dificuldade de remoção da carcaça por dificulfade nos acessos. Nenhum dos intervenientes emitiu comunicado sobre todo este processo. Não foi a primeira baleia morta a surgir nas praias do Litoral Alentejano, tendo surgido a primeira, na passada semana, no dia 18 de Abril na praia do Burrinho na zona de Porto Covo, tendo ainda no decorrer nesta semana sido detectados outras duas baleias mortas em Aljezur e Esposende.

Cruzeiros superam pré-pandemia com 31M de passageiros em 2023

A CLIA -  Cruise Lines International Association (CLIA), o líder da global comunidade de cruzeiros, emitiu o seu Relatório Anual sobre o Est...