domingo, 28 de abril de 2019

Mapear o mar português


Um mapeamento global e detalhado do imenso e imerso território é fundamental para assumirmos um inequívoco sentimento de pertença e potenciar a cadeia de valor do mar português
Para assumir o reconhecimento de algo que nos pertence é preciso conhecer os seus limites e configuração, fronteiras, relevo e contornos do que é nosso, permitindo-nos posteriormente sentir, acarinhar, defender e valorizar o nosso bem.
Assim é com o território do mar português, e para que todos os cidadãos portugueses tenham um claro e inequívoco sentimento de pertença em relação a este vasto território têm de o conhecer pormenorizadamente.
Um mapeamento global e detalhado deste imenso e imerso território é fundamental para que sejamos capazes de conceber e desenvolver melhores e mais eficientes ações de política pública do mar.
Só um mapeamento amplo e profundo dos fundos oceânicos e do seu relevo topográfico nos permitirá deter as condições ideais para desenhar melhores programas e projetos, destacando as suas caraterísticas, possibilitando um conhecimento fundamental específico e preciso, potenciando o aproveitamento adequado e sustentado dos seus recursos vivos e não vivos.
Logo, urge executar esta ação de política pública num período máximo de dez anos. Atrasar e limitar os recursos para a sua concretização, já em parte desenvolvida, será certamente um erro colossal no alicerçar das condições para a construção e o desenvolvimento pleno deste desígnio nacional, pois estes ajudarão a transformá-lo numa realidade estruturada, com futuro e capaz de gerar uma cadeia de valor que certamente contribuirá para o desenvolvimento social e económico do país.
O mar português, com o seu mapeamento, tornar-se-á para todos um território acessível, disponível para ser descoberto, investigado, desbravado e naturalmente potenciado e explorado de forma sustentável, equilibrada e justificada.
Por outro lado, desenvolver esta ação poderá oferecer a oportunidade de mais uma vez darmos ao mundo um novo passo para o seu avanço civilizacional e de conhecimento.
Tal como é também uma oportunidade para que os conhecimentos técnicos, de organização, inovação e criatividade, das instituições portuguesas, Marinha, Instituto Hidrográfico, centros de I&D, entre outras, possam ser reconhecidos e valorizados internacionalmente.
Por tudo isto era bom que o governo português apoiasse esta ação de política pública de forma determinante e consistente, através do financiamento e disponibilização dos meios e recursos necessários à sua rápida materialização.
Protelar o conhecimento amplo e preciso do território nacional marítimo pelos cidadãos é limitar-lhes o acesso a parte da sua identidade e propriedade.

Autor: Abílio Martins Ferreira


Sem comentários:

Enviar um comentário

Alerta para excesso de pesca de atum-patudo nos Açores

A quota do atum-patudo poderá estar prestes a ser esgotada nos Açores, devido à excessiva captura da espécie na região, alertou hoje Jorge G...