O armador alemão Hapag-Lloyd reportou quedas relevantes nos
seus lucros em 2023, com receitas caindo para 17,4 bilhões€, de mais de 33 bilhões€
em 2022, e o EBIT caindo para 2,48 bilhões€, de US$ 14,3 bilhões€, e a perspectiva de que próximos
anos irão ser mais apertados, e até mesmo retornarem. para níveis
pré-pandêmicos.
A nova aliança da Hapag-Lloyd e da Maersk, baptizada de
Cooperação Gemini, irá iniciar as suas operações neste cenário volátil e adverso,
com tensões geopolíticas em várias regiões, aumento de custos através da
regulamentação ambiental e a baixa da procura.
Pareceria ser um momento difícil para introduzir um sistema”
hub and spoke” ( Um modelo que fornece um meio de distribuição que depende de
um local central ( hub) e de vários raios que saem desse hub), que os
transportadores não favoreceram no passado.
Os armadores geralmente hesitam no transbordo de carga
porque aumenta os custos, porque reduz a confiabilidade e atrasa a entrega da
carga, mas a Aliança Gemini está tentando contrapondo essa tendência com um
novo tipo de serviço de transbordo, no qual o CEO da Hapag-Lloyd, Rolf Habben
Jansen, afirmou que seria um período difícil.
Espera-se que os custos dos serviços Gemini sejam mais
baixos porque haverá uma melhor utilização com menos escalas para os navios da
linha principal, três em vez de seis, o que reduz a complexidade. Além disso,
mais carga pode ser agrupada em hubs, o que significa que se consegue economias
através de escala.
Jansen afirmou que as duas linhas, operariam esses serviços
sem outras operadoras. Disse ainda que a formação e os processos internos e o
ajustamento dos sistemas já começaram, com mais detalhes a chegar em Abril próximo.
“Tanto a Maersk como a Hapag queriam desenvolver o Gemini”,
explicou Jansen, “mas a chave da proposta era encaminhar os navios
principalmente através de portos e terminais que são controlados por qualquer
um dos dois parceiros”, acrescentou Jansen.
Além disso, os “shuttles” não são navios “feeders”
tradicionais, irão operar entre um ou dois destinos, Singapura para o Vietname
ou Tânger para Le Havre, por exemplo, “para que a fiabilidade possa ser
mantida”, explicou Jansen, acrescentando que estes navios serão cerca de
5.000-6.000 teus de capacidade.
Entretanto, o Porto Jade Wesser, na costa alemã do Mar do
Norte, tornar-se-á um centro e poderá esperar um aumento significativo no frete
de transbordo. Nos EUA, a Hapag-Lloyd pretende consolidar alguns volumes
com vários fornecedores, mas Jansen não detalhou estes planos.
Na medida que são feitos os preparativos para a introdução do
Gemini, tornar a rede bem-sucedida tornar-se-á cada vez mais importante num
mercado cada vez mais desafiante, as transportadoras terão de cortar custos e
atingir os seus objectivos em termos de fiabilidade para atrair transportadores
para um serviço premium.