domingo, 28 de abril de 2019

Encontradas bactérias que comem petróleo no local mais profundo dos oceanos



Uma equipa de cientistas acaba de descobrir que uma bactéria única que come petróleo prolifera na Fossa das Marianas, no Pacífico Ocidental, o local mais profundo do oceano, com 11.00 metros de profundidade.

Em parceria com cientistas da China e da Rússia, especialistas da Universidade de East Anglia (UEA), no Reino Unido, realizaram a análise mais completa das populações microbianas deste poço. Até então, apenas algumas expedições se debruçaram sobre os organismos que habitam neste ecossistema tão peculiar.

“A nossa equipa recolheu amostras da população microbiana na parte mais profunda da Fossa das Marianas. Estudamos as amostras recolhidas e a equipa identificou um novo grupo de bactérias degradadoras de hidrocarbonetos”, disse o cientista da Faculdade de Ciências Biológicas da UEA, Jonathan Todd, citado em comunicado.
Tal como explicou o especialista, os “hidrocarbonetos são compostos orgânicos compostos por hidrogénio e átomos de carbono, sendo encontrados em muitos lugares, incluindo no petróleo bruto e no gás natural”, observou.
“Basicamente, estes tipos de micro-organismos comem compostos semelhantes aos do petróleo, utilizando-os em seguida como combustível“, sustentou, dando conta que estes seres desempenham um papel importante em desastres naturais que envolvam derrames de petróleo nos mares, tal como aconteceu no Golfo do México em 2010.
“Descobrimos também que esta bactéria é realmente abundante no fundo da Fossa das Marianas”. Na verdade, a equipa concluiu que a proporção destes microrganismos que degradam hidrocarbonetos é inclusive mais alta no poço do que na Terra.
“Para nossa surpresa, também identificamos hidrocarbonetos produzidos biologicamente em sedimentos oceânicos no fundo do poço, o que sugere que uma população microbiana única está a produzir hidrocarbonetos neste ambiente”, sublinhou Nikolai Pedentchouk, da Escola de Ciências Ambientais da UEA.
“Estes hidrocarbonetos, semelhantes aos compostos que compõem o diesel, foram encontrados em algas na superfície do oceano, mas nunca em micróbios nestas profundidades”, rematou a cientista.

Os resultados da investigação foram publicados na passada sexta-feira na revista científica especializada Microbiome.

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