domingo, 24 de março de 2024

Quais eram as 10 maiores no transporte de contentores no ano 2000?



No ano 2000, a indústria do shipping andava mergulhada num cenário de transformações significativas impulsionadas pela globalização económica e pelos avanços tecnológicos. O transporte marítimo continuava a ser o principal meio de movimentação de cargas, respondendo por mais de 80% do comércio internacional.

Em 2024, tudo é desafiante, o mundo deu outra volta no que aponta aos desafios, há subidas e descidas, novos planos, apostas arrojadas. Todos sabemos quem são os "big players" neste sector. Mas como seria no ano 2000, há 24 anos, num mundo tão diferente do actual? Quais eram os actores principais?

Nesse já longínquo ano, a Maersk surgia como o primeiro desse ranking (. Nessa altura, a Maersk, andava numa maré de aquisições tendo adquirido outra companhia do sector, a Sealand (Empresa americana que tinha sido fundada pelo inventor do contentor, Malcom Mclean), e a  Safmarine South Africa Shipping, empresa do sector oriunda da África do Sul, sendo que ambas eram de âmbito regional. Maersk actualmente é a N°2 no ranking global.

Em 2000, em 2° lugar, encontrava-se a Evergreen. De nome completo, Evergreen Marine Corporation, o armador oriundo de Taiwan ocupa actualmente um incomum 6° lugar de momento. É membro da Ocean Alliance, e no ano passado efectuou uma encomenda de 24 novos navios.

Em terceiro lugar encontrávamos a P&O Nedlloyd, uma "joint-venture" (50/50), anglo-holandesa, com sede em Londres e Roterdão. A empresa tinha sido constituida em 1997 pela fusão da holandesa Royal Nedlloyd (Nedlloyd Line) e do gigante britânico de transporte marítimo P&O Group. Actualmente já não existe, tendo sido outra empresa adquirida pela Maersk.

Em 4º lugar, estava a DSR-Senator Hanjin Shipping. A DSR-Senator era uma empresa do sector, de origem alemã, que tinha sido uma fusão entre três empresas em 1994, nomeadamente a Senator Lines, com base em Bremen, a DSR-Lines GmbH com sede em Rostock e a Senator Linie GmbH & Co. KG com sede em Bremen. Após um período de turbulência, a coreana Hanjin, que já possuía parte da empresa, iniciou um processo que culminou com a constituição da DSR-Senador Hanjin Shipping. Contudo, foi sol de pouca dura. A Hanjin-Senator anunciou que encerraria as operações no final de fevereiro de 2009.

Em quinto lugar, de forma surpreendente, é o actual líder do ranking, a ítalo-suiça MSC, que ficou em quinto lugar em 2000, que após quase 24 anos, cresceu 20 vezes em relação a essa época. Agora no topo do ranking de capacidade, é sem dúvida o mais forte armador global, e tem feito de tudo para o aumento da sua frota e do seu posicionamento nos terminais.

Em 6º lugar, estava posicionada a norte-americana American President Lines – APL, que de momento é uma subsidiária da francesa CMA CGM, tendo uma frota de navios porta-contentores, sendo que nove desses navios possuem bandeira dos EUA, continuando a ser parceiro de longa data do Governo dos EUA.

A COSCO foi classificada em 7º lugar em 2000, é a 4ª classificada neste momento. Em 2016, a COSCO e a China Shipping implementaram uma reorganização e fusão, seguida pela aquisição da OOCL, resultando na formação de cinco grandes módulos de negócios actualmente.

As três companhias marítimas japonesas NYK, MOL e K Line ficaram em 8º, 10º e 13º lugar, respectivamente, em 2000. Classificada em 9º lugar em 2000, ficou a CP Ship Canada Pacific, que foi adquirida pela Hapag-Lloyd em 2005 e, como resultado, a Hapag Lloyd saltou da 22ª posição em 2000 e da 15ª posição em 2005 para a 5ª posição.

A ZIM ocupava o 11º lugar na época e a Hyundai o 15º lugar. A primeira tinha recuperado o seu momento,  interrompido pela guerra Hamas-Israel, enquanto a segunda encontra-se em processo de privatização.

Muito mudou neste sector em praticamente 24 anos. Muitas aquisições, alguns casos de encerramento e mudanças de paradigma. Não sabemos o que pode acontecer nos próximos 24 anos, mas quem irá determinar o futuro do sector, será as estratégias, as apostas certeiras ou erradas, a evolução de toda a tecnologia associada e as possíveis mudanças geopolíticas que podem mudar o desenho das trocas comerciais mundiais.

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