domingo, 28 de abril de 2024

"The Ocean Cleanup": Tirou mais de 9 mil toneladas de plástico de rios e oceanos.

Numa realidade em que existe o despejo anual de milhões de toneladas de plástico nos mares em todo o mundo, a limpeza é por certo, de algo fundamental. Em várias cidades, grupos ambientalistas realizam campanhas de conscientização e mutirões de limpeza para remover lixo de praias e impedir que o lixo chegue ao mar. Mas a ONG holandesa The Ocean Cleanup elevou essa fasquia de limpeza a um patamar superior.

A entidade desenvolveu diferentes sistemas que, utilizando embarcações, redes e barreiras flutuantes, promovem a retirada da sujeira flutuante nos oceanos ou capturam o lixo sólido nos rios, impedindo a contaminação do mar. Nos últimos dez anos, a organização removeu mais de nove mil toneladas de sujeira em diferentes partes do planeta. Até 2040, a meta é limpar 90% do plástico que flutua na superfície dos oceanos.

Desde de 2013 ( ano da fundação do Portal do Mar )que acompanhamos esta ONG que foi fundada também nesse preciso ano, pelo holandês Boyan Slat. Criador da tecnologia usada na remoção do plástico, ele ganhou o prémio Campeões da Terra, da ONU, destinado a pessoas que causam impactos positivos ao meio ambiente.

Um primeiro protótipo do sistema de limpeza foi lançado em 2018. Hoje, a Cleanup já trabalha com a terceira versão, que consiste em barreiras flutuantes de cerca de 800 metros, em forma de U, semelhantes a uma rede de pesca, puxadas por barcos. Acopladas à “barreira”, câmaras capazes de analisar a superfície da água, identificam manchas de lixo e direccionam os barcos. Quando o compartimento das embarcações fica cheio, o material é levado ao continente para reciclagem.

Esse sistema é usado pela ONG nos EUA, no Caribe e na Ásia. O principal foco da organização é a chamada Grande Mancha de Lixo do Pacífico, entre o Havaí e a Costa Oeste dos EUA, considerada o maior vórtice de poluição plástica oceânica do mundo. Toda a operação na área é realizada de forma a causar mínimo impacto na vida marinha. Os barcos se movem lentamente, e as redes são fabricadas e monitoradas com a preocupação de que animais não fiquem presos no equipamento.

Recentemente, a ONG desenvolveu também um sistema especial para rios que instala barreiras para impedir que o lixo atinja o oceano. Essa é considerada a primeira solução a tratar do problema na trajectória da poluição. A tecnologia já funciona em cidades de Indonésia, Malásia, Vietname, República Dominicana, Estados Unidos, Jamaica e Guatemala.

Chamado de “Interceptor Original”, o sistema de barreira nos rios é transportado por um catamarã, que recolhe o lixo sem atrapalhar o fluxo de água. Todo o material sólido é direccionado por uma esteira até chegar a um dos seis contentores na embarcação coletora.

Nos primeiros anos da ONG, a missão era entender o problema. “Sabíamos que havia plástico no oceano, mas nem sabíamos o quão ruim era, onde estava todo o plástico ou se realmente conseguiríamos resolver “explica Matthias Egger, Director de Assuntos Ambientais e Sociais da Ocean Cleanup. Que acrescentou: “Enquanto desenvolvemos um sistema de limpeza que pode ser usado no meio do oceano, também criamos uma tecnologia de limpeza de rios, em que podemos realmente pegar o plástico antes do lixo entrar no mar. Foi um desafio de engenharia. Precisávamos de uma máquina que conseguisse sobreviver a certos elementos da natureza, como ondas gigantes.”

A organização mantém uma página no Instagram na qual publica vídeos dos sistemas em funcionamento para 2,3 milhões de seguidores. Num dos últimos vídeos, a ONG usou a rede social para divulgar que o Interceptor 006, em acção no Rio Las Vacas, na Guatemala, onde realizou a maior captura de plástico desde a fundação da entidade. Foram 1.400 toneladas de lixo, que encheram 272 caminhões, bloqueadas e removidas antes que atingissem o mar.

Para que chegue a mais países no mundo, o próximo desafio, explica Egger, é aumentar a escala dos sistemas de limpeza, o que exige, claro, mais financiamento. A Ocean Cleanup tem parcerias importantes com universidades e firmas multinacionais. Um dos exemplos mais relevantes é na Dinamarca, onde uma grande empresa de navegação ajuda no financiamento de barcos.

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