As exportações portuguesas tiveram, em março, a maior queda dos últimos 12 meses, com menos 13,6% em termos homólogos. No acumulado do trimestre, a quebra é de apenas 4,2%, com janeiro e fevereiro a compensarem a má performance de março. Só as indústrias tradicionais perderam 872,9 milhões de euros comparativamente a 2023.
Dos 19 688 milhões de euros de bens transacionáveis vendidos ao exterior até março, 11 903 milhões foram assegurados por cinco sectores industriais: metalurgia e metalomecânica, fileira dos componentes para automóvel, têxtil e vestuário, madeiras e mobiliário e o calçado. Todos a sofrer efeitos do mesmo problema: A retração do consumo e os efeitos ainda existentes da crise inflacionista.
No metal, a campeã das exportações nacionais, a perda acumulada foi de 5,8% no trimestre. Foram menos 372 milhões de euros. Ainda assim, a fileira da metalurgia e metalomecânica exportou bens no valor de 6080 milhões e lembra que janeiro e fevereiro foram meses “bastante bons” e que março, apesar de cair, compara com um mês homólogo “extraordinário”.
No sector dos componentes para a indústria automóvel os tempos são de apreensão, já que a queda, em março, foi de 16%. No acumulado do trimestre ficou-se pelos 4,4%. O sector vendeu ao exterior bens no valor de 3213 milhões de euros, menos 149 milhões do que há um ano, fruto da contração do consumo na Europa que levou a uma menor produção de veículos.
No têxtil e vestuário o panorama é igualmente difícil, com a fileira a cair 11% nos primeiros três meses do ano, para 1416 milhões de euros. São menos quase 181 milhões.
Na madeira e mobiliário caíram 9,3% nos primeiros três meses do ano, ficando-se pelos 763,3 milhões de euros. São menos 79 milhões, mas com realidades diferentes: as exportações da madeira e suas obras estão a cair 15%; no mobiliário, colchoaria e iluminação a perda fica-se pelos 7%.
Com uma quebra de 6% em quantidade e de quase 18% em valor, a indústria portuguesa de calçado fechou o primeiro trimestre a vender 19,4 milhões de pares de sapatos ao exterior no valor global de 431 milhões de euros. Foram menos 92,5 milhões do que no ano passado, com quebras a dois dígitos nos seus dez principais mercados.
Apesar dos dados da UE não estarem ainda disponíveis para março, os existentes revelam que, em 2023, e em janeiro de 2024, a quebra das exportações de Portugal para a União Europeia é inferior à verificada na importação da UE.
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