quinta-feira, 30 de maio de 2024

"Guerra" de desgaste pode manter bloqueio do Mar Vermelho indefinidamente.


Ao que tudo indica, o conflito no Mar Vermelho e na região de Bab al-Mandeb, ao contrário do seria de esperar, está a entrar numa fase prolongada de atrito.

Isso deve-se ao facto de ambos os lados andarem a ponderar mudanças de estratégias. De um lado, a coligação que se propôs a destruir a capacidade dos rebeldes houthis de continuar os ataques e por consequente o bloqueio à indústria do Shipping. Por outro lado, os rebeldes houthis continuam a sua batalha de incapacitar todos os navios possíveis, mantendo o bloqueio e continuar a “obrigar” aos desvios existentes.

Apesar dos ataques sistemáticos do Reino Unidos e dos EUA, com esforços significativos, a verdade é que passado quase 6 meses de 2024, os resultados não são profundos o suficiente para mudar o rumo de um conflito regional de impactos globais.

Tudo isto irá provocar não o fim do conflito, mas um contínuo desgaste, pois embora os ataques tenham diminuído, eles não pararam, mantendo uma vigilância e atenção constantes. E embora a coligação tente posicionar-se para enfraquecer cada vez os rebeldes houthis, enquanto houver armas para atacar ou houver um termino mais definitivo do conflito Hamas – Israel, nada vai mudar no cenário de fundo.

A informação que existe indica que a coligação liderada pelos EUA e pelo Reino Unido atacaram mais de 90 locais, destruíram cerca de 25% do arsenal dos rebeldes houthis no que concerne a mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro anti navio, sistemas de radar costeiros e drones suicidas. Mas os custos são elevados:  Cada drone de 5.000 dólares lançado pelos Houthis no Mar Vermelho custa aos americanos 2 milhões de dólares em armas de defesa aérea .

O Irão, a “sombra” deste conflito continua a apoiar os rebeldes, através do fornecimento de dados de identificação de navios, drones avançados, mísseis anti navio, minas marítimas e navios com armadilhas explosivas, têm custos consideravelmente mais baixos e mais sustentáveis.

Sem haver uma mudança de fundo na coligação, e com o apoio aos rebeldes sem qualquer tipo de paragem, não se antevê grandes mudanças durante este ano, se as premissas do conflito se mantiverem como até ao momento.

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