Ao que tudo indica, o conflito no Mar Vermelho e na região de Bab al-Mandeb, ao contrário do seria de esperar, está a entrar numa fase prolongada de atrito.
Isso deve-se ao facto de ambos os lados andarem a ponderar
mudanças de estratégias. De um lado, a coligação que se propôs a destruir a
capacidade dos rebeldes houthis de continuar os ataques e por consequente o bloqueio
à indústria do Shipping. Por outro lado, os rebeldes houthis continuam a sua
batalha de incapacitar todos os navios possíveis, mantendo o bloqueio e
continuar a “obrigar” aos desvios existentes.
Apesar dos ataques sistemáticos do Reino Unidos e dos EUA,
com esforços significativos, a verdade é que passado quase 6 meses de 2024, os
resultados não são profundos o suficiente para mudar o rumo de um conflito regional
de impactos globais.
Tudo isto irá provocar não o fim do conflito, mas um contínuo
desgaste, pois embora os ataques tenham diminuído, eles não pararam, mantendo
uma vigilância e atenção constantes. E embora a coligação tente posicionar-se
para enfraquecer cada vez os rebeldes houthis, enquanto houver armas para
atacar ou houver um termino mais definitivo do conflito Hamas – Israel, nada vai
mudar no cenário de fundo.
A informação que existe indica que a coligação liderada
pelos EUA e pelo Reino Unido atacaram mais de 90 locais, destruíram cerca de
25% do arsenal dos rebeldes houthis no que concerne a mísseis balísticos,
mísseis de cruzeiro anti navio, sistemas de radar costeiros e drones suicidas.
Mas os custos são elevados: Cada drone
de 5.000 dólares lançado pelos Houthis no Mar Vermelho custa aos americanos 2
milhões de dólares em armas de defesa aérea .
O Irão, a “sombra” deste conflito continua a apoiar os
rebeldes, através do fornecimento de dados de identificação de navios, drones
avançados, mísseis anti navio, minas marítimas e navios com armadilhas
explosivas, têm custos consideravelmente mais baixos e mais sustentáveis.
Sem haver uma mudança de fundo na coligação, e com o apoio aos
rebeldes sem qualquer tipo de paragem, não se antevê grandes mudanças durante
este ano, se as premissas do conflito se mantiverem como até ao momento.
Sem comentários:
Enviar um comentário