A Associação Smart Ocean, constituída em 2017, e que tem
como sócios o município de Peniche, a Docapesca, o IPL, o Biocant – Centro de
Inovação em Biotecnologia de Cantanhede, a Associação Empresarial da Região de
Leiria, a Associação para o Desenvolvimento de Peniche e a empresa
norte-americana Pontos Aqua LLC, assina amanhã, o contrato para iniciar a
construção do edifício destinado a incubar empresas ligadas à economia do mar
em Peniche, um investimento de 5,7 milhões de euros (ME).
Em declarações à Agência Lusa, Sérgio Leandro, coordenador
científico da associação criada para desenvolver o Parque de Ciência e
Tecnologia do Mar de Peniche afirmou: “Perspetivamos claramente uma mudança de
paradigma daquilo que tem a ver com a exploração dos recursos marinhos, baseada
no conhecimento e na inovação, uma vez que este edifício servirá como interface
entre a ciência, os empreendedores e o tecido económico já estabelecido.
O concurso público foi lançado em agosto com um custo de 5,6
milhões de euros, mas a empreitada vai ser consignada pelo preço de 5,7 milhões
euros, adiantou. Com um prazo de execução de dois anos, o edifício vai ser
construído dentro do Porto de Pesca de Peniche, no distrito de Leiria, ao lado
do polo de investigação da ESTTM - Escola Superior de Turismo e Tecnologia do
Mar de Peniche, do IPL - Instituto Politécnico de Leiria.
O SmartOcean Open Labs vai não só “contribuir para a
sustentabilidade dos recursos marítimos, mas também para criar todo um contexto
de maior atratividade, quer de empresas, quer de investidores e de retenção de
competências nesta região”. Com uma área de três mil metros quadrados,
distribuída por dois pisos, o empreendimento tem capacidade para incubar mais
de 20 empresas ‘startup’ nas áreas da aquacultura, biotecnologia e inovação
alimentar, e prestar serviços de apoio às empresas na fase inicial de
crescimento.
É composto por espaços de acolhimento empresarial,
adaptáveis às necessidades das empresas, escritórios, laboratórios de
investigação e zonas de arrumos/áreas técnicas. A infraestrutura vai
constituir-se como catalisador de uma economia baseada na exploração
sustentável dos recursos marinhos seja por via da atração de novas empresas,
seja por via do desenvolvimento das quatro que já operam dentro do Parque de
Ciência e Tecnologia.
Com o projecto do Parque de Ciência e Tecnologia do Mar de
Peniche, a área portuária tem vindo a ser transformada, modernizando setores
tradicionais associados à pesca e à indústria de transformação de pescado e
criando áreas emergentes, como a aquacultura, a biotecnologia, a inovação
alimentar, o turismo costeiro e as tecnologias digitais, alicerçadas na
inovação e no empreendedorismo.
“Queremos internacionalizar, mas também captar empresas,
investimento para Peniche”, disse Sérgio Leandro. O projecto pretende
contribuir para a requalificação urbana da área portuária e para aumentar a
empregabilidade.
“Temos aqui um duplo objetivo: criar condições para o aumento da empregabilidade dos nossos estudantes e aumentar a atratividade do próprio politécnico para a captação de novos estudantes, quer nacionais, quer internacionais”, afirmou o também Director da ESTTM. O investimento ascende a 6,2 milhões de euros e é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.
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