Questionar as convenções do sector marítimo e portuário e repensar a indústria rumo à sustentabilidade é o propósito das Maritime Sisters, duas mulheres a dar cartas num mundo de homens.
As irmãs holandesas, Marjolein e Sylvia Boers, baseadas em Roterdão, criaram uma empresa que funciona como uma agência de inovação que faz a ponte entre a indústria e o governo e entre as startups e as companhias de navegação.
E fizeram a intervenção de abertura do último dia da Cimeira de Cascais do Mobi Summit, na Nova SBE em Carcavelos.
"Percebemos que as mudanças rumo à transição energética do sector não estão a acontecer tão rapidamente como deveriam e estamos empenhadas em que os Países Baixos mantenham uma posição de relevo e vanguarda, mas para isso é preciso inovar e reunir os vários agentes que o podem fazer, sob pena de sermos ultrapassados". Este é o posicionamento das empresárias, que estão particularmente convencidas de que uma das peças centrais para a reabilitação desta indústria está na economia circular e na reciclagem dos navios que chegam ao fim de vida. Se pudermos manter 99% da reconversão dos materiais em solo holandês ou, pelo menos, dentro da UE, isso também é uma maneira de reduzir a nossa dependência de matérias-primas.
Na verdade, "os armadores de um velho navio podem estar sentados em cima de ouro", diz Marjolein Boer. É que o desmantelamento pode e deve ser rentável. Na sua apresentação, as Maritime Sisters deram como exemplo o desmantelamento do maior navio do mundo, com 20 anos, em que 60 a 80% dos materiais puderam ser reaproveitados. Essa é uma via para uma maior sustentabilidade.
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