As empresas de navegação que navegam ao redor do Cabo da Boa
Esperança para evitar ataques Houthi no Mar Vermelho enfrentam escolhas
difíceis sobre onde reabastecer, enquanto os portos africanos enfrentam
dificuldades com burocracia, congestionamento e instalações precárias, afirmam
empresas e analistas.
Centenas de grandes navios estão a redireccionar a rota ao
redor do extremo sul de África, uma rota mais longa que acrescenta 10 a 14 dias
de viagem, para escapar aos ataques de drones e mísseis dos Houthis iemenitas,
que fizeram subir os preços do petróleo e as taxas de frete.
Os ataques deste grupo pelo Irão perturbaram o comércio
internacional através do Canal de Suez, a rota marítima mais curta entre a
Europa e a Ásia, que representa cerca de um sexto do tráfego global.
Os principais portos da África do Sul, incluindo Durban, um
dos maiores de África em termos de volumes de contentores movimentados, bem
como os portos da Cidade do Cabo e Ngqura estão entre os com pior desempenho a
nível mundial, de acordo com um índice de 2022 do Banco Mundial divulgado em
meados de Maio.
“Mesmo no estado em que Durban se encontra agora, ainda é o
maior e o mais avançado porto de África, por isso os navios que são
reencaminham ao redor do continente têm opções muito limitadas de atracação
para reabastecimento”, afirmou à Reuters Alessio Lencioni, consultor de
logística e cadeia de abastecimento.
Outros grandes portos africanos de águas profundas ao longo
da rota do Cabo, como Mombaça, no Quénia, e Dar es Salaam, na Tanzânia, estão
demasiado mal equipados para lidar com o tráfego esperado nas próximas semanas,
disse Lencioni.
A dinamarquesa Maersk disse que os navios que navegam ao redor do Cabo tentarão, na medida do possível, abastecer-se na origem ou no destino. “Caso haja necessidade de abastecimento durante o trajecto, isso será decidido caso a caso, sendo Walvis Bay (Namíbia) ou Port Louis (Maurício) as principais opções”, afirmou um porta-voz.
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