O sector do transporte marítimo atravessa um período de mudança. O porto de Antuérpia, na Bélgica está em pleno processo de digitalização.
"Juntamos todos os dados e os clientes podem visualizar o processo a cada momento. É possível acrescentar ou deitar fora dados. À medida que este sistema começa a desenvolver-se, dá origem a novos usos e iniciativas, e se tivermos novos dados, podemos usá-los, importá-los, o que gera um novo ciclo de inovação, o que é interessante", afirmou Erwin Verstraelen, director de Informação Digital e Inovação, do Porto de Antuérpia, e responsável pela supervisão da implementação do chamado "gémeo digital" do porto, que dá apoio aos terminais, às companhias de navegação e às vias navegáveis interiores.
A comunicação náutica ainda é feita principalmente por voz através de telefones e rádios. Há dois anos, o porto de Antuérpia liderou um projecto para transformar a conversa em texto, com base em ferramentas de Inteligência Artificial. Graças à evolução da tecnologia, as máquinas podem detectar os sentimentos dos interlocutores, e saber se dois comandantes de navio estão a discutir.
"As pessoas responsáveis pela investigação de um acidente que buscam uma agulha num palheiro, podem colocar a pergunta e, em 5 a 10 segundos, podem ficar a saber o que se passou", contou Erwin Verstraelen.
A utilização de sistemas de alta tecnologia para poupar espaço e tempo tornou-se num negócio multi-bilionário.
"Hoje em dia, temos basicamente 900 armazéns que operam em mais de 28 países em todo o mundo. Basicamente estamos a tentar tornar os armazéns das pessoas mais eficientes, mais rápidos e mais precisos", explicou Mark Manducam, director de investimentos da GXO Logistics.
"Há muita coisa a acontecer neste momento. Em termos marítimos, nos últimos 30 anos, do ponto de vista do comércio global, as mercadorias eram enviadas para a Ásia para serem fabricadas e depois regressavam aos consumidores. Esse comércio tradicional ficou sob pressão devido à pandemia e às políticas de zero-covid, mas também porque, nos últimos dez anos, a subida dos salários levou à redução das diferenças salariais entre os mercados de leste e os de oeste", acrescentou o responsável.
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