terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Criado sistema que torna água do mar potável sem impactar ecossistemas marinhos


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 2 bilhões de pessoas vivem actualmente sem acesso à água potável em casa. Um número que, infelizmente, tende a crescer cada vez mais por conta das mudanças climáticas.

Uma solução adoptada por muitos países para driblar essa falta de água são as unidades de dessalinização. Mas, além de ocupar bastante espaço e exigir muito dinheiro para serem construídas e de consumirem muita energia, essas unidades também podem comprometer os ecossistemas marinhos.

Isto porque, do seu processo de destilação da água do mar para torná-la potável sobra a salmoura – solução basicamente formada pelo sal dos oceanos –, que é despejada de volta aos mares de uma só vez, desequilibrando os ecossistemas marinhos.

Pois a startup Manhat, sediada em Abu Dhabi – não por acaso, uma das regiões do mundo sob maior risco extremo de falta de água –, desenvolveu uma nova tecnologia que está transformando a água do mar em potável sem gerar salmoura.

Trata-se de uma espécie de estufa flutuante que usa a luz natural do sol para aquecer a água do mar que se encontra debaixo da estrutura. O recurso, então, evapora para dentro da estufa – já sem os cristais de sal, que ficam diluídos no oceano – para passar por um processo de condensação e virar água (já potável) em estado líquido.

Sob o lema “Faça água naturalmente!“, a tecnologia já venceu, entre outros prémios, o Water Europe Innovation Award, iniciativa que reconhece soluções inovadoras no sector da água. Na ocasião, a inovação foi elogiada pelos jurados pela sua capacidade de “produzir água doce com zero emissão de carbono e zero rejeição de salmoura”.

A tecnologia, claro, dessaliniza a água do mar numa velocidade muito inferior a de uma unidade de dessalinização, e os seus investigadores trabalham para pensar em alternativas que possam acentuar a velocidade do processo, sem comprometer o meio ambiente, a fim de tornar a inovação mais competitiva. Por enquanto, ela já é perfeita para regiões que não têm dinheiro nem espaço para investir numa unidade.

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