domingo, 16 de janeiro de 2022

Pandemia adensa congestionamentos nos portos de todo o mundo

 


A pandemia continua a exercer forte pressão no comércio marítimo global, nomeadamente adensando o congestionamento nos portos um pouco por todo o mundo.

Vários são os portos mundiais que têm enfrentado surtos de Covid-19, nomeadamente cidades portuárias na China – o país onde se localizam vários dos principais portos mundiais.

Muitos desses portos afectados por surtos estão a fechar portas temporariamente, o que tem obrigado a vários desvios de navios para portos vizinhos, os quais acabam por acumular congestionamentos, não conseguindo dar resposta ao pico de procura, avança a Bloomberg.

Um exemplo situa-se em Shenzhen, no sul da China, onde está localizado um dos maiores portos do mundo. A cidade vem enfrentando um novo surto, o que levou a uma testagem em massa de residentes e camionistas, o que tem levado ao acumular de uma fila de navios em espera para que possam ser operados neste porto – obrigando mesmo a autoridade portuária a apenas permitir a chegada de contentores três dias antes da escala dos navios.

Estados Unidos também enfrentam congestionamentos

O Wall Wall Street Journal relata ainda que, nos Estados Unidos da América, a variante Omicron está a impedir a resolução do congestionamento e dos atrasos, que já afectam uma centena de navios nos portos de Los Angeles e Long Beach, Califórnia.

Nos portos vizinhos de Los Angeles e Long Beach, um total de 800 trabalhadores – 10% da mão-de-obra diurna destes portos – estão ausentes do trabalho por razões relacionadas com o vírus Covid-19, entre infectados, em isolamento profilático e à espera de resultados.

Segundo um relatório da ContainerxChange, citada pela S&P Global, os tempos de congestionamento estão perto de níveis recorde. Em 2021, os Estados Unidos e o Reino Unido registaram os tempos mais elevados por contentor, numa média de 50 e 51 dias, respectivamente.

Portos europeus também com recordes de congestionamento

Segundo a Sea Intelligence, também os portos europeus têm registado níveis recordes de congestionamento, os quais têm vindo a aumentar desde Outubro, e a previsão é que a tendência se mantenha.

Em 2021, a procura subiu 7% e a capacidade portuária diminuiu 11%, indicam os dados da Sea Intelligence, uma agência de recolha e análise de dados relacionados com a logística, focada nos contentores portuários, que partilhou estes números com a S&P Global.

A mesma fonte indica que, em novembro de 2021, 11,5% da capacidade operacional a nível global estava indisponível, quando o padrão é que a percentagem não ultrapasse os 2%.

Taxas continuam a subir

Por outro lado, as taxas de carga têm vindo a disparar. A 11 de Janeiro subiram 65% face ao dia homólogo, ficando ainda assim abaixo do pico que se verificou no quarto trimestre do ano passado, em outubro, na chamada “semana dourada” na China, que se estende desde o dia nacional, a 1 de Outubro, até ao dia 7 desse mês. Os dados são do Platts Container Rate Index, citados pela S&P Global.

O CEO da Sea Intelligence espera que estas taxas se mantenham numa tendência ascendente, tendo em conta os problemas de congestionamento e capacidade disponível.

As consequências são várias, elenca o Financial Times. Portos congestionados e armazéns a abarrotar, empresas mais pequenas a terem de lutar para assegurar espaço nos navios de carga, ao mesmo tempo que todas enfrentam pressão a nível financeiro, face às crescentes taxas de carga. Os consumidores deparam-se com prateleiras vazias, pouca disponibilidade dos produtos e também preços mais altos.

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