quinta-feira, 22 de abril de 2021

Navio científico construído em Portugal lançado ao mar


 

A embarcação Mar Profundo, orçada em 869.000 euros, foi lançada ontem ao mar em Vila Real de Santo António, nos estaleiros navais da empresa Nautiber, que construiu o navio por encomenda do INESC TEC – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência. Esta embarcação servirá para validação e teste de tecnologias marítimas.

Eduardo Silva, investigador do INESC TEC, explicou que a embarcação tem 19 metros de comprimento e sete de largura, ainda vai para fase de acabamentos, mas o lançamento ao mar realizado agora teve “um significado e vai permitir dar um salto muito grande na investigação científica e tecnológica” no mar.

“Este navio é para validar e testar o desenvolvimento de tecnologia no mar, não é um navio oceanográfico”, frisou o investigador, precisando que a embarcação permitirá testar “se o que foi feito no laboratório está ou não funcional” no mar, embora possa também dar “apoio na oceanografia” e a outras entidades ligadas à investigação e desenvolvimento científico.

Eduardo Silva exemplificou que o INESC TEC conta com um tanque, mas a embarcação vai agora permitir fazer testes em cenário real, com computadores de bordo, sensores, duas plataformas para aceder ao mar ou grua, que permitirão testar, por exemplo, veículos robóticos que têm de operar no mar ou detectar minerais no fundo marinho.

“Esta obra tem um significado muito especial, é uma infra-estrutura científica construída por uma empresa portuguesa e isso não pode ser esquecido, particularmente no dia de hoje, que é o dia internacional da inovação e da criatividade”, afirmou por sua vez Manuel Heitor, ministro da Ciência e Tecnologia, antes do lançamento bem-sucedido da embarcação à água.

O ministro, considerando que esta colaboração deve ser replicada por outras empresas e instituições portuguesas, recordou que Portugal entra numa “nova fase” com o “novo plano de recuperação e resiliência” e afirmou que a colaboração demonstrada neste projecto “é o verdadeiro exemplo” de como “uma infra-estrutura científica” pode ser “construída em Portugal, em vez de importada do estrangeiro”.

A embarcação foi financiada Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), através do Programa Operacional Regional do Norte, bem como pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), através de fundos nacionais, e deve servir “para mobilizar a indústria nacional” para um dos seus “desígnios, que é o conhecimento”. “O INESC TEC tem agora como função equipar o navio para que possa ser posto ao serviço da comunidade científica de uma forma geral, mas para valorizar Portugal no mundo”, disse ainda Manuel Heitor.

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