sábado, 29 de junho de 2024

Governo quer apostar no crescimento e na transição energética dos portos do continente


O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, afirmou ontem que o Governo definiu cinco prioridades para o sector marítimo-portuário, com o foco no crescimento da carga movimentada nos portos do continente e na transição energética.

“É absolutamente fundamental contrariar a tendência de redução dos volumes de carga nos portos do continente”, defendeu o governante, apontando para os 96 milhões de toneladas movimentadas, em 2017, e os 83 milhões, em 2023.

No entender do governante, que falava em Sines, durante a cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento entre o Porto de Sines e o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Brasil, a tendência de queda na movimentação dos portos tem de ser invertida.

“Temos de inverter esta tendência [porque] a vocação marítima portuguesa passa também por sermos capazes de ter mais volumes”, sublinhou.

Para ter mais crescimento, indicou, é necessário “investir”, em conjunto “com o [sector] privado” para garantir “melhores portos, melhores ligações marítimas, melhores ligações terrestres aos portos”.

“Queremos trabalhar com os privados para ter mais crescimento e, obviamente, estamos neste preciso momento em curso de mandatar os vários portos nacionais para desenvolverem planos de expansão e sermos relativamente concretos e específicos com aquilo que queremos fazer”, acrescentou.

Na área da transição energética, Hugo Espírito Santo defendeu “uma estratégia clara e nacional para a descarbonização do transporte marítimo”, com implicações “nos investimentos que os próprios portos vão ter de fazer” de forma coordenada.

A aposta na intermodalidade, “com uma visão logística integrada”, é outra das áreas prioritárias, acrescentou.

“Queremos os portos a complementarem-se, queremos os portos e a ferrovia a complementarem-se, queremos os portos e a rodovia a complementarem-se. Esta visão integrada, harmoniosa é fundamental e queremos fazer isso mantendo a independência da infra-estrutura e a lógica concorrencial dos operadores”, frisou.

Ao nível da transição digital, o governante saudou o trabalho desenvolvido pela administração portuária de Sines com a Janela Única Logística (JUL), mas considerou que é necessário “ir mais a fundo neste tema” apostando na “coordenação e integração entre sistemas” com “os operadores, rodovia e ferrovia”.

Na cerimónia, o secretário de Estado das Infraestruturas defendeu ainda “um novo enquadramento institucional do sector” com “maiores instrumentos para o ordenamento do território”.

E anunciou que o Governo vai “incumbir as várias administrações portuárias de desenvolverem planos concretos para a sua expansão, articular a visão nacional que seja necessário para a digitalização, sustentabilidade e intermodalidade”.

“Vamos ter no 4.º trimestre acções concretas para lançar e portanto, a partir daqui, entra-se no modo execução, execução, execução”, vincou.

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