De
acordo com as Estatísticas de Pesca de 2016, que o Instituto
Nacional de Estatística (INE) divulgou em Maio, no ano passado foram
capturadas pela frota portuguesa 190.594 toneladas de pescado, mais
1,2% do que em 2015. E, daquele total, um volume de 124.264 toneladas
(menos 11,7%) foram de pescado fresco ou refrigerado, transaccionado
em lota, com o valor de 269.499 mil euros (mais 3,26%).
No
caso da sardinha, houve uma diminuição de 1,6% do volume, para
13.513 toneladas, equivalentes a 27.898 mil euros. A sardinha é,
aliás, o peixe marinho que em 2016 maior valor obteve em termos de
captura. O carapau, com 20.014 toneladas não foi além dos 17.130
mil euros no ano passado.
A
sardinha foi igualmente uma das três espécies com maior volume
descarregado pelas organizações de produtores (OP) de pesca em
Portugal em 2016, juntamente com a cavala e o carapau.
No
ano passado, foram descarregados por OP um total de 13.236 toneladas
de sardinha, uma queda de 0,8%, derivado da aplicação dos despachos
3112-B/2016 e 9806-A/2016, que “determinaram os limites de captura
para a espécie em Portugal Continental ao longo do ano de 2016”.
Na
sardinha, os preços médios anuais de pesca descarregada, de peixe
fresco ou refrigerado, não incluindo retiradas e rejeições, foi de
2,06 euros por quilo em Portugal continental em 2016, recuando 5,9%
face ao ano anterior. Nos Açores, o preço aumentou 52%, para 2,37
euros e na Madeira aumentou 41,3%, para 0,41 euros por quilo.
Incluindo
todas as espécies, o preço médio anual do pescado, fresco ou
refrigerado, descarregado em portos nacionais em 2016, registou, em
termos nacionais, um aumento de 0,29 euros em relação a 2015, ou
mais 15,9%, passando de 1,81 euros por quilo para 2,10 euros por
quilo.
A
título de comparação, em dois sites de
hipermercados consultados esta tarde, cada quilo de sardinha fresca
variava entre 6,98 euros e 7,99 euros. Já a congelada, entre pequena
e grande, recuava para valores abaixo dos quatro euros por quilo.
Na
Estatísticas de Pesca de 2016, o INE alertava para “alguma
preocupações” sobre as espécies de captura restrita ou com
limitações de quotas impostas pela União Europeia – uma delas
era a dos lagostins , o outro era “com a sardinha, que apesar de
apresentar uma ligeira recuperação, continua com um nível de
recrutamento baixo”.
O
desempenho foi em sentido inverso ao do total da pesca portuguesa de
espécies sujeita a stocks, em que as possibilidades de pesca
aumentaram 12% em 2016, após terem crescido 22% em 2015.
Vendas de conservas atingiram 58,22 milhões em 2015
Das
45 mil toneladas de pescado que representaram o segmento de
“preparações e conservas” a de conservas de sardinha em azeite,
com 4,2 mil toneladas, foi a segunda mais relevante, a seguir à de
atum para a indústria transformadora.
Mas
enquanto as conservas de atum recuaram 17,5% em 2015, as de sardinha
aumentaram 0,9%, “apesar das restrições impostas à captura desta
espécie que vigoraram” durante o ano de 2015 (último ano com
dados analisados pelo INE para este segmento).
Em
2015, da indústria transformadora saíram menos 25,5% de volume de
sardinha congelada (6.991 toneladas); menos 5,56% de conservas
sardinha em azeite (4.224 toneladas), menos 3,5% de conservas de
sardinha em outros óleos vegetais (3.393 toneladas) e mais 8,08% de
conservas de sardinha em tomate (3.020 toneladas).
Já
nas Estatísticas Agrícolas anuais, publicadas esta quinta-feira, 20
de Julho, o INE revela que na preparação e conserva de sardinhas, o
valor vendido em 2015 subiu 11,59% face a 2014, para 58,22 milhões
de euros. Os volumes produzidos aumentara 2,8%, para 12.035 toneladas
e os volume vendidos cresceram 3,36% face a 2014, para 12.057
toneladas.
Portugal
importou 6.977 toneladas de “sardinhas, sardinelas e espadilhas”
vivas em 2016, estima o INE, o que representou uma quebra de 23,7%,
com um valor associado de 13,33 milhões de euros, recuando 18,73%
face a 2015.
Nas
exportações, como animais vivos, a sardinha, sozinha, representou
6,32 milhões de euros (mais 14,58%), com as 3.500 toneladas vendidas
para o exterior (mais 28,48% face a 2015).
Mas
como preparado de peixe, a “sardinha, as sardinelas e as
espadilhas” representaram vendas externas de 54,5 milhões de euros
em 2016 (recuando 1,88%), com 10.470 toneladas exportadas (menos
7,29% face a 2015).
Globalmente,
Portugal – que
tem um défice da balança comercial da pesca de 787,4 milhões de
euros –
exportou em 2016 um total de 1,13 mil milhões de euros (mais 8,2%)
face a 2015). O segmento de “peixes congelados excepto filetes” é
o que tem maior peso nas vendas externas do país, com 20,8% do
total. E este segmento cresceu 13,1% em 2016, explica o INE,
sobretudo devido ao “aumento das exportações de espadartes”
congelados para Espanha.
Espanha
é o nosso principal parceiro comercial no que toca às pescas –
seguido do Brasil (sobretudo por causa das vendas de bacalhau já
transformado). Mas no caso específico das conservas – o único
segmento em que Portugal é excedentário, como 68 milhões de euros
em 2016 – a França é o maior cliente de Portugal (a que não será
alheia a comunidade portuguesa naquele país) “sobretudo de
preparações e conservas e de ‘cavalas, cavalinhas e sardas’ e
de ‘sardinhas, sardinelas e espadilhas’.
Fonte: Público
Foto: RUF Rui Farinha /NFactos
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