Ouro e peixe são algumas das riquezas dos oceanos, que cobrem 71 por cento da superfície terrestre e junto dos quais vivem mais de 2,7 mil milhões de pessoas, muitas vivendo exclusivamente do mar, apesar da poluição.
Segundo dados do Banco Mundial, entre 10 a 12 por cento da população mundial vive da pesca, que garante a maior percentagem das proteínas consumidas pelos humanos, cerca de 16 por cento.
A organização Save the Sea considera que a protecção dos habitats marinhos pode aumentar consideravelmente a quantidade e o tamanho do peixe disponível, que é a principal fonte de alimentação para 3,5 mil milhões de pessoas, um número que poderá subir para sete mil milhões dentro de 20 anos.
Este equilíbrio entre exploração e preservação é o objectivo da chamada "economia azul", que supõe uma utilização sustentável dos mares e é o mote para a cimeira dos oceanos promovida este ano na Indonésia pela publicação The Economist.
As populações de espécies como o atum, bacalhau ou peixe-espada caíram cerca de 90 por cento no último século e a pesca sem critério feita com redes de arrasto leva a que se desperdicem 20 milhões de toneladas de pescado por ano.
Tanta gente junto às costas significa lixo, especialmente plástico, que mata cerca de um milhão de aves marinhas, 100 mil mamíferos e inúmeros peixes.
Nos oceanos, onde se estima que existam cerca de 20 milhões de toneladas de ouro, a passagem de navios que transportam petróleo significa que 600 mil barris de crude são derramados acidentalmente, o equivalente a 12 vezes o que foi largado no mar com o desastre do navio Prestige, ao largo da Galiza, em 2002.
Uma das maiores riquezas naturais nos oceanos, os recifes de coral, ocupam menos de 1% do leito marinho mas estima-se que mais de 90% das espécies marinhas está directa ou indirectamente dependente do coral.
Segundo a Save the Sea, estão em risco quase 60% dos corais de todo o mundo, situados em áreas de soberania de 109 países.
O crescimento da urbanização costeira, a sedimentação, a pesca excessiva, poluição, turismo e aquecimento global são as principais ameaças ao coral.
A poluição costeira ameaça também as populações, estimando-se que as mortes e doenças por ela provocadas custem à economia global cerca de 12,8 mil milhões de dólares anualmente.
Fonte: Açoriano Oriental
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