A ampliação do Terminal de Contentores Norte do porto de Leixões prevê um período de obra de 54 meses e um investimento estimado entre 201,5 e 216,6 milhões de euros, de acordo com o resumo não técnico em consulta pública no âmbito da Avaliação de Impacte Ambiental, preparado pela Consulmar e pela Nemus.
O projecto assenta na expansão do terminal existente, avançando sobre a marina contígua (Marina Porto Atlântico) e integrando também os postos B e C do actual Terminal Petrolífero de Leixões. A solução desenhada inclui uma nova frente de cais com 710 a 860 metros, conforme a opção considerada, e fundos de serviço de -15,5 metros, permitindo operar navios com 300 metros de comprimento, 40 metros de boca e 13,5 metros de calado, numa configuração associada a cerca de 5 000 TEU por escala.
O estudo admite ainda que, caso a procura o justifique, o terminal possa vir a receber navios até 10 000 TEU, desde que sejam efectuadas dragagens adicionais para atingir fundos na ordem dos -17 metros. Do lado terrestre, a ampliação do terrapleno é apresentada como peça central para aumentar a capacidade anual do terminal, dos actuais 250 mil TEU para a “casa do milhão” de TEU. Está igualmente prevista a criação de um terminal ferroviário apto a receber e operar comboios de mercadorias até 750 metros de comprimento. O calendário aponta para o arranque da concessão em 2030, com possibilidade de extensão até ao limite máximo de 75 anos. Quanto às implicações na náutica de recreio, o documento indica que a marina será relocalizada para a área já existente junto ao novo terminal de cruzeiros, prevendo a APDL recorrer também ao Cais do Ouro, na foz do Douro, e à marina da Afurada para acolhimento de embarcações. No que toca ao terminal petrolífero, a relocalização do posto B surge como intervenção específica, com um custo adicional estimado entre 15 e 20 milhões de euros.
Em matéria de impactos, a avaliação aponta efeitos negativos associados à construção e exploração, mas, em termos gerais, classificados como pouco significativos. O impacto visual é destacado como o mais evidente, ainda que o estudo sublinhe que as novas infraestruturas se enquadram na paisagem industrial e portuária já dominante em Leixões.

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