A exigência da COSCO de assumir uma posição maioritária está a colocar em risco o acordo para a gestão de portos no Panamá, no qual participam a MSC e a BlackRock.
A pretensão de controlo efectivo por parte do grupo chinês está a gerar resistências políticas e estratégicas, dada a localização sensível das infra-estruturas junto ao Canal do Panamá. O processo deixou de ser analisado apenas numa lógica comercial, passando a enquadrar-se num contexto geopolítico mais amplo. A eventual atribuição de uma maioria a um operador estatal chinês num dos principais pontos de passagem do comércio marítimo mundial levanta preocupações relacionadas com soberania, segurança e influência económica.
Nos termos actualmente em discussão, a cedência de controlo maioritário não está prevista, o que tem vindo a bloquear o avanço do acordo. O impasse poderá levar à revisão da estrutura do negócio ou mesmo ao seu abandono, abrindo espaço a outros operadores internacionais ou a uma redefinição do modelo de concessão portuária no país.
O dossier surge num momento de crescente escrutínio internacional sobre investimentos estrangeiros em infraestruturas estratégicas, particularmente em portos localizados em corredores logísticos críticos para o comércio global.

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