A gigante francesa do shipping e logística CMA CGM confirmou o seu interesse na eventual aquisição de terminais da CK Hutchison, após o termo das negociações exclusivas entre o conglomerado de Hong Kong e um consórcio liderado pela BlackRock, que expiraram no último fim-de-semana.
O acordo preliminar, anunciado em Março, previa a venda da maior parte do portefólio global de terminais da Hutchison, avaliado em 22,8 mil milhões de dólares, a um grupo que incluía a BlackRock e a Mediterranean Shipping Company (MSC), esta última pertencente à família do magnata italiano da navegação Gianluigi Aponte.
No entanto, após vários meses de negociações e uma forte oposição por parte de Pequim, a exclusividade terminou no Domingo, abrindo caminho a propostas concorrentes. “É uma operação muito importante para o sector, e também para nós, como um dos principais actores”, afirmou Ramon Fernandez, director financeiro da CMA CGM, durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre da empresa. “Estamos presentes em 65 terminais no mundo inteiro, pelo que acompanhamos esta operação de muito perto e temos, naturalmente, interesse em participar”, acrescentou.
Caso a CMA CGM venha a adquirir parte do portefólio da Hutchison, isso acentuaria a rivalidade crescente entre os principais operadores mundiais de transporte marítimo de contentores — MSC, Maersk, COSCO e CMA CGM,na corrida pelo controlo vertical da cadeia de valor logística, desde os navios e contentores, aos terminais, armazéns e carga aérea.
Este novo passo segue-se a um período de rápida diversificação por parte da CMA CGM nos últimos três anos, com aquisições em sectores como a logística para comércio electrónico, transporte aéreo de mercadorias e até um império mediático em expansão.
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