O Estreito de Magalhães ( Que deriva o seu nome do navegador português Fernão de Magalhães), foi uma das rotas de navios à vela mais importantes e movimentadas do mundo durante séculos.
No entanto, a abertura do Canal do Panamá, via navegável artificial que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, em 1914, reduziu a importância do estreito no mapa marítimo mundial. Os 82 km (51 milhas) de extensão do Canal do Panamá que atravessa o istmo do Panamá facilitou a viagem dos navios, pois reduz muito a distância e economiza dinheiro para os armadores. Para o Estreito de Magalhães, a abertura do Canal do Panamá significou que os navios encontrassem uma forma mais segura de se deslocarem entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Mas o que há uns anos atrás parecia pouco provável, parece agora novamente uma realidade. Isto porque os mais recentes problemas com o Canal do Panamá, que incluiu largos períodos de seca, e causando filas de espera enorme, parece ter devolvido alguma relevância a este Estreito como uma maneira de poupar tempo ( da espera ) e custos ( dos leilões pela slots ).
Se os períodos de seca no Canal do Panamá continuarem a ser mais regulares como se prevê, a alternativa irá começar a ser vista como rota alternativa, embora não na dimensão da comparação entre a rota do Canal do Suez e do Cabo.
Para o analista internacional Guillermo Holzmann, e membro do think tank chileno Analytyka Consultants, que assessora diversas instituições governamentais, “O Estreito de Magalhães é um caminho seguro para o transporte de petróleo, gás ou energia num mundo altamente complicado”.
Além disso, alguns países e agências podem preferir “pagar mais” para fazer uso de uma rota sem submarinos nucleares de diferentes potências circulando na área e onde as acções terroristas são claramente limitadas, e esta “poderia ser uma excelente oportunidade para promover o futuro”.
No entanto, um ex-comandante da Terceira Zona Naval do Chile, Punta Arenas, contra-almirante aposentado Ronald Baasch foi mais cauteloso. “Pensar que o Canal do Panamá vai ruir e isso significará que o transporte marítimo terá de ser desviado para o Estreito de Magalhães é algo difícil de sustentar actualmente. Contudo se o atraso seja factor para longas filas de navios que esperam semanas para atravessar, e outras restrições de tonelagem, é muito possível que os utilizadores do Canal avaliem a possibilidade de apelar para o extremo sul do continente”.
No entanto, o Estreito ainda mantém o seu orgulho, uma vez que os navios que não conseguem passar pelo Canal do Panamá escolhem as suas águas para se deslocarem entre estes oceanos. Além disso, o Estreito também testemunha a chegada de cerca de 50 cruzeiros todos os anos, já que esta passagem tornou-se um dos principais destinos turísticos para os cruzeiros.
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