A Lisnave já manifestou junto do Governo o interesse na renovação do actual contrato de concessã e prevê um plano de investimentos de 400 milhões de euros na próxima década para expandir estalareiros navais da Mitrena em Setúbal
Nuno Santos, CEO da Lisnave, revelou durante a sessão “Indústrias navais desafios da descarbonização”, que teve lugar na Porto Maritime Week, ( evento que é uma iniciativa da Transporte & Negócios ), que “de acordo com o contrato de concessão em vigor temos três anos, antes do termo do contrato, para fazer uma manifestação de interesse e assim o fizemos formalmente junto do Governo”, adiantando que “agora temos um período de um ano e meio de negociações entre o estaleiro e o concedente para definir as condições dessa prorrogação. Actualmente estamos nessa fase”.
Relativamente ao prazo da prorrogação do contrato, o CEO da Lisnave disse que essa componente não está definida e faz parte do processo negocial, mas assumiu que “ficaria muito surpreendido se essa prorrogação não fosse aprovada ou não fosse dada a continuidade do contrato de uma outra forma”.
"Temos um histórico de recuperação de uma empresa que estava tecnicamente falida, que custava muito dinheiro aos contribuintes portugueses, com um passivo financeiro e social enorme. O passivo financeiro foi todo liquidado sem custos para os contribuintes e o passivo social também foi resolvido. A empresa tem tido um desempenho exemplar, trabalhamos em concorrência no mercado internacional e sem qualquer apoio do Estado. Os contribuintes portugueses não desembolsam um cêntimo para a Lisnave, aliás o Estado como pequeno accionista da empresa ainda recolhe dividendos dos resultados positivos obtidos”, frisa o responsável.
Durante a sua intervenção, Nuno Santos realçou o facto da empresa ter tido no ano passado o seu melhor ano de sempre e ter distribuído pelos trabalhadores uma verba na ordem dos três milhões de euros.
O responsável lamenta que a Lisnave tenha um problema de imagem porque “somos vistos como uma indústria muito ‘suja’, devido às características da própria indústria naval e temos de trabalhar melhor a nossa comunicação. Na verdade, somos umas das indústrias mais “verdes” que existem, porque contribuímos para a recuperação e reutilização dos navios, sem a necessidade de gastarmos matéria prima”.
Quanto ao futuro, garantiu que a Lisnave tem um forte plano de investimentos para reforçar a sua presença no mercado da reparação naval a nível internacional planos de investimentos para atuar na construção de equipamentos para as energias renováveis offshore e reciclagem naval, entre outros.
Sem comentários:
Enviar um comentário