domingo, 25 de agosto de 2024

Descida rápida das temperaturas no Atlântico Equatorial preocupa Cientistas


A região equatorial do Atlântico está a registar uma descida das temperaturas a um nível mais rápido do que há registo, sem que se conheçam as razões para tal fenómeno, que pode afectar o clima em todo o mundo

Os cientistas descrevem o padrão como Atlantic Niña referindo-se ao período dos últimos três meses, em a temperatura desceu rapidamente na região equatorial do oceano Atlântico. A esta situação vai seguir-se a La Niña no oceano Pacífico e estes dois eventos consecutivos devem ter impacto no clima em todo o mundo.

Pedro DiNezio, da Universidade de Colorado Boulder, afirma que “estamos a começar a ver que as temperaturas médias globais dos oceanos estão a descer um pouco”, depois de 15 meses de médias elevadas.

O El Niño do Pacífico terminou em maio e, entre setembro e novembro, projeta-se as condições La Niña, com fortes ventos junto do Equador e que permitem às águas mais frias emergir do fundo dos oceanos (no El Niño, os ventos mais fracos não o permitem). O ciclo El Niño – Oscilação do Sul (ENSO, da sigla inglesa) é uma das maiores fontes de variabilidade natural do clima global. Esta oscilação também se faz sentir no oceano Atlântico e acaba por influenciar, menos, o clima global, avança o website New Scientist.

O arrefecimento do Atlântico nos últimos três meses realizou-se a um ritmo nunca visto desde 1982, num comportamento que está a surpreender os investigadores. Franz Philip Tuchen, da Universidade de Miami, explica que “analisamos a lista de possíveis mecanismos, mas nada bate certo até agora”. Caso as temperaturas se mantenham 0,5 graus centígrados mais baixas do que a média durante mais um mês, será considerado oficialmente uma Niña do Atlântico.

Estes ciclos nos dois oceanos podem influenciar-se mutuamente, mas a forma isso se irá desenrolar ainda é difícil de prever. Tipicamente, a La Niña do Atlântico deve atrasar a formação da La Niña do Pacífico e reduzir a precipitação na região do Sahel em África e aumentá-la em regiões do Brasil.


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