Não é nada de novo, que a interligação global, impulsionada pela globalização, trouxe consigo uma dependência significativa do transporte marítimo, dependência essa, que tem vindo a aumentar ao longo das últimas décadas.
Essa rede intricada de comércio internacional é vital para a economia global, sendo os o segmento contentorizado e os respectivos canais de navegação, elementos-chave nesse ecossistema.
No entanto, eventos recentes ainda oriundos di ano passado, como a seca do Canal do Panamá e o bloqueio do Canal do Suez, devido à disputa do Mar Vermelho, destacaram-se como desafios cruciais que impactam directamente a eficiência e a estabilidade do transporte marítimo, e sobretudo as empresas que dependem do shipping.
Não podemos deixar de falar na globalização: Transformou o comércio, ligando distantes partes do mundo. Uma empresa europeia necessita de uma peça para compor um determinado material que produz, oriundo da Ásia para posteriomente embarcar para a América do Sul. É o resultado da economia global. É impossível que em pleno Século XXI, se regresse a uma espécie de proteccionismo bacoco, sem sentido, tendo em conta como o mundo gira na sua velocidade e dinâmica próprias.
O transporte marítimo emergiu como o pilar desste sistema, movimentando grandes volumes de mercadorias de um continente para outro. Os contentores, padronizando e facilitando o processo de carga e descarga, tornaram-se essenciais para a eficiência logística.
Em 2023, e ainda segue em 2024, deram-se dois eventos como que um raro eclipse. Dois bloqueios das passagens mais utilizadas do mundo.
O Canal do Panamá, uma via vital para o transporte entre os oceanos Atlântico e Pacífico, enfrentou desafios com a seca. A redução do nível da água afectou a capacidade de carga dos navios, aumentando os custos operacionais e prolongando os tempos de trânsito. Isso provocou uma revisão nas rotas de navegação, impactando directamente as cadeias de suprimentos globais.
O bloqueio do Canal do Suez em 2023, tal como tinha acontecido com o episódio do porta-contentores "Ever Given" em 2021, demonstra a vulnerabilidade dos meios.
Se em 2021, um único navio encalhado interrompeu milhares de quilômetros de rota marítima essencial, causando disrupções maciças e evidenciando a necessidade de estratégias de contingência robustas, em 2023, o conflito armado regional, que meteu parte do médio oriente sob armas, tem uma maior dificuldade de resolução dado o histórico de todos os intervenientes activos.
Se os armadores vêem com uma oportunidade de restabelecer do impacto do ano anterior, em conjunto com uma ETS que veio para ficar, empresas e consumidores finais vão ver o preço final desta instabilidade.
Sim, os atrasos nas entregas, aumento nos custos de transporte e volatilidade nos preços das mercadorias destacam a fragilidade do sistema e reflecte-se na grande parte dos bens que adquirimos.
Empresas e governos agora procuram estratégias para mitigar esses riscos, diversificando rotas( Como a do Cabo da Boa Esperança)e investindo em infraestrutura resiliente, ( Para diminuir a dependência exterior).
Soluções fáceis não existem. Neste caso, é uma mistura entre diplomacia, cooperação internacional, inovação tecnológica e investimentos estratégicos para garantir a resiliência e a eficiência contínua do sistema que sustenta o comércio global. Vamos a ver p desenrolar deste filme de 2024.
Autor: Carlos Caldeira - Analista de dados de Shipping.
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