A gigante chinesa COSCO decidiu suspender os seus serviços de transporte marítimo para Israel. A empresa operava um serviço semanal de transporte de contentores até o porto de Haifa. Actualmente é considerada a quarta maior empresa de navegação do mundo.
As razões da decisão ainda são desconhecidas, o que tem gerado especulações no sector marítimo. A acção da COSCO coincide com perturbações nas rotas marítimas do Mar Vermelho provocadas pelos ataques Houthi no Iémen, que o Irão apoia. Significativamente, os Houthis ainda não atacaram os navios chineses. A indústria não tem a certeza se os laços cordiais da China com o Irão tiveram algum impacto na decisão ou se tiveram algo a ver com a ameaça que os Houthis representam.
A Carmel Shipping Services, representante em Israel da COSCO, ainda não informou formalmente as fontes da indústria sobre a decisão. Elementos informados do negócio de transporte marítimo prevêem que a Zim, uma empresa de transporte marítimo israelense que administra uma linha conjunta com a COSCO, e o Haifa Bayport serão os primeiros a sofrer as consequências. Há suposições de que a COSCO poderá redireccionar os seus navios por um caminho que evite a África e consiga entrar no Mar Mediterrâneo através do Estreito de Gibraltar. Outras empresas transportariam mercadorias para Israel assim que a viagem terminasse no porto de Pireu da COSCO, na Grécia.
Os operadores de navios que optam por fornecer a Israel um “serviço inferior”, descarregando carga em portos marítimos europeus para escapar às ameaças Houthi, são motivo de preocupação. Isto poderá levar a preços mais elevados e a tempos de navegação mais longos, afectando o comércio e a capacidade dos exportadores israelitas de competirem internacionalmente. A decisão da COSCO está em linha com outras grandes empresas de transporte marítimo, como a dinamarquesa Maersk, que anunciaram que deixarão de navegar no Mar Vermelho e, em vez disso, seguirão uma rota alternativa que passa pelo Cabo da Boa Esperança. Notavelmente, a China ficou do lado dos palestinianos durante a crise de Gaza, há três meses, recusando-se a condenar o Hamas nas discussões do Conselho de Segurança da ONU.
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