sábado, 9 de dezembro de 2023

Enviado especial da ONU avisa que saúde do planeta depende do oceano


A saúde do planeta Terra depende da saúde do oceano, que começa a falhar, avisa o enviado especial da ONU para os oceanos, Peter Thomson, insatisfeito porque o tema continua a não estar no centro da discussão.

Desde 30 de novembro está a decorrer no Dubai, Emirados Árabes Unidos, a 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) e, a poucos dias do encerramento, o programa temático de hoje é dedicado à natureza, solos e oceano.

O facto de haver um dia dedicado ao tema não significa, no entanto, que esteja a ter o merecido destaque na cimeira do clima e Peter Thomson entende que, à semelhança de tantas anteriores, a COP28 não coloca o oceano no centro da discussão.

“Não estou satisfeito. Nunca estou satisfeito, porque somos espécies terrestres e não vemos que a nossa vida depende de ter um oceano saudável”, sublinhou o enviado especial para os oceanos do secretário-geral das Nações Unidas, em entrevista à Lusa e à RTP na COP28.

O oceano é responsável pela absorção de quase um quarto do dióxido de carbono emitido e 90% do calor em excesso, causado pela emissão de gases de efeito de estufa. Por isso, explica o responsável, “sem um oceano saudável não podemos ter um planeta saudável”.

O problema é que o oceano tem também sofrido o impacto das alterações climáticas e a sua saúde está em declínio, mas nem assim é considerado na discussão sobre o combate às alterações climáticas.

Ausente do Acordo de Paris, que em 2015 impôs como objetivos a redução das emissões de gases com efeito de estufa para a atmosfera e a limitação do aumento das temperaturas mundiais além de 2ºC acima dos valores da época pré-industrial, e de preferência que não aumentem além de 1,5ºC, Peter Thomson diz que o tema está a ser igualmente esquecido no balanço global.

Esse balanço está a ser feito pela primeira vez na cimeira do Dubai, no âmbito do ‘Global Stocktake’, o principal mecanismo através do qual são avaliados os progressos efetuados no âmbito do Acordo de Paris.

“O ‘Global Stocktake’ não menciona o oceano o suficiente”, lamentou o enviado especial, que gostaria que “muitos mais Estados-membros” incluíssem o papel do oceano nas suas contribuições determinadas a nível nacional, por exemplo, através da aposta no carbono azul, isto é, o carbono sequestrado, armazenado e liberado pelos ecossistemas costeiros e marinhos.

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