terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Argentina: Afirma não haver condições para ratificar acordo Mercosul/UE.


A Argentina considerou que não estão reunidas as condições para a aprovação do acordo de comércio livre entre o Mercosul e a União Europeia, que deveria estar concluído até ao final do ano, avança o ECO.

Tento Alberto Fernández, atual presidente da Argentina, como Santiago Cafiero, ministro dos Negócios Estrangeiros, que deixará o cargo a 10 de dezembro com a entrada em funções de Javier Milei, asseguraram que a ainda não está prevista a assinatura do acordo, na versão atual.

“[É necessário] estabelecer certas condições que nos permitam apoiar e desenvolver as nossas indústrias”, afirma Alberto Fernández, de acordo com a agência oficial Télam.

O Brasil, que atualmente assume a presidência do Mercosul, e a União Europeia esperavam que a cimeira dos presidentes do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que irá decorrer no Rio de Janeiro a 7 de dezembro, permitisse chegar a um acordo entre as duas partes, após mais de 20 anos de negociações.

Santiago Cafiero indica em entrevista ao diário argentino La Nacion, que “as condições não são propícias à assinatura do acordo”, acrescentando que o texto atual “tem um impacto negativo sobre a indústria do Mercosul, sem trazer qualquer benefício em troca para as suas exportações agrícolas, que estão limitadas por quotas altamente restritivas e sujeitas a regulamentações ambientais unilaterais que as expõem a uma vulnerabilidade futura”.

 A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, mostrou-se, em julho deste ano, “confiante” em poder concluir estas discussões “nos próximos meses. Por sua vez, na passada sexta-feira, Lula da Silva, presidente do Brasil, afirmou nas redes sociais, a partir da COP28 no Dubai, que o Mercosul e a União Europeia estavam perto de concluir” um acordo.

No entanto, no domingo, o presidente brasileiro, admitiu que as negociações para um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia podem fracassar, e caso aconteça, não será por falta de vontade dos países sul-americanos. “A única coisa que tem que ficar clara é que eles devem parar de dizer que a culpa é do Brasil e da América do Sul”.

Concluído em 2019 após 20 anos de negociações, o acordo nunca foi ratificado, principalmente devido às preocupações europeias com as políticas ambientais, particularmente no Brasil.

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