Dezoito associações da pesca rejeitaram em Peniche os projectos de energia renovável flutuante entre Viana do Castelo e Sines, por o sector não ter sido ouvido e por comprometer a actividade de metade das embarcações.
“A transição energética tem que ser feita por todas as razões conhecidas e sobejamente conhecidas. Agora, a transição energética não tem que ser feita a qualquer custo nem a qualquer preço,” disse à agência Lusa Pedro Jorge Silva, presidente da Associação dos Armadores da Pesca Industrial, que integra o Movimento Associativo da Pesca Portuguesa.
O possível encerramento das áreas de pesca para a ocupação de parques de energia renovável, eólicos e outros, foi feito “nas costas dos pescadores”, que, alertaram, não fizeram parte de um grupo de trabalho representativo de todos os interesses no mar criado para o efeito.
“A pesca, que é o maior utilizador e cuja actividade económica depende da utilização desses pesqueiros ou de parte significativa desses pesqueiros, não foi tida em consideração”, disse.
“Estamos a falar de 320 mil hectares e obviamente que isto vai impactar e muito com a pesca e não houve o cuidado de ter este diálogo”, sublinhou o dirigente.
Segundo as associações, metade das 4.000 embarcações licenciadas poderá ver a sua actividade “inviabilizada” e deixar comprometida parte das 200 mil toneladas de pescado capturadas por ano.
O movimento defendeu que “é preciso dialogar e minimizar o impacto na pesca” e pediu compensações financeiras, motivo pelo qual vai solicitar reuniões aos ministérios da Agricultura e da Economia e Mar.
As 18 associações, que se reuniram em Peniche, defenderam que seja elaborado um estudo de impacto socioeconómico do encerramento das zonas de pesca, assim como um estudo de impacto ambiental aos chamados parques ‘offshore’.
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