A bioluminescência é um fenómeno que resulta da transformação de energia química em energia luminosa e pode ser encontrada nos mais diversos seres vivos marinhos, incluindo nos dinoflagelados. No Verão, aquando da ocorrência de blooms, ou seja uma concentração repentina e em massa destes organismos, o fenómeno torna-se visível, revelando-se um espectáculo surpreendente. Para melhor desfrutar da observação ideal, deve partir à descoberta em noites sem Lua ou muito perto da Lua nova.
Normalmente, este tipo de blooms surge com alterações da temperatura das águas ou desequilíbrios de concentração de nutrientes, mas a sua ocorrência é difícil de prever. Não há muitas empresas a proporem estas saídas nocturnas, mas é possível encontrar algumas.
Em toda a costa portuguesa, há hipóteses razoáveis de vislumbrar este fenómeno natural com boa qualidade. Com um guia, naturalmente, é mais fácil encontrar os locais propícios para a observação da bioluminescência, bem como saber o que fazer para observar e fotografar este acontecimento.
A biolumescência está normalmente associada à agitação das águas; quer seja pela passagem de barcos ou pela agitação da maré ou até de banhistas. Tomar banho no mar e todo o nosso corpo ficar iluminado pelos organismos que “libertam” luz é uma experiência única, como se constata por esta fotografia, captada em Vila do Conde no Verão de 2021.
Para alguns invertebrados e vertebrados, a bioluminescência pode ser um processo de “defesa”, através de uma reacção química (tipicamente originada pela oxidação de uma substância, a luciferina, catalisada pela enzima luciferase), que liberta luminosidade para distrair ou assustar predadores. Em vertebrados (peixes) e alguns invertebrados (pirilampos) de maior porte, pode servir igualmente para comunicação.
No mar, o fenómeno mais comum é originado em microalgas unicelulares do grupo dinoflagelados, ou em plâncton vegetal que liberta uma luz azulada. Resta, portanto, estar atento, com a máquina fotográfica. E deixar-se surpreender por mais um mistério da natureza que assustava os antigos, que interessou Aristóteles e que a ciência ajuda agora a descodificar.
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