segunda-feira, 9 de maio de 2022

MIT cria dispositivo portátil que torna a água do mar própria para beber


Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveram um dispositivo portátil capaz de dessalinizar e remover partículas da água do mar, tornando-a própria para o consumo. 

Com menos de 10 kg, o equipamento tem o tamanho de uma mala de mão e precisa de menos energia para funcionar do que o necessário para carregar a bateria de um smartphone. Além disso, o seu funcionamento é muito simples: basta carregar um botão.

Ao contrário de outras unidades portáteis de dessalinização, que exigem a substituição periódica dos filtros, o dispositivo criado pelos invesrigadores do MIT usa energia eléctrica para remover partículas da água. O resultado é uma água potável, que até excede os padrões de qualidade definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Segundo os autores, a eliminação da necessidade de substituição de filtros reduz significativamente os valores gastos com manutenção a longo prazo. Isso pode favorecer a implantação da unidade em áreas longínquas e com recursos limitados, como em pequenas ilhas ou a bordo de navios marítimos de carga. 

De acordo com um dos autores do projecto, Jongyoon Han, professor de engenharia eléctrica e ciência da computação, de engenharia biológica e membro do Laboratório de Pesquisa em Eletrónica (RLE) do MIT, o dispositivo também pode ser usado para ajudar vítimas de desastres naturais ou por militares em missões de longo prazo.

“Este é o culminar de uma caminhada de 10 anos em que eu e meu grupo estivemos. Trabalhamos durante anos na física por trás dos processos individuais de dessalinização, mas colocar todos esses avanços numa caixa, construir um sistema e demonstrá-lo no oceano foi uma experiência realmente significativa e gratificante para mim”, disse Han.

Junghyo Yoon, também ele criador do produto, explica que as unidades de dessalinização portáteis disponíveis no mercado actualmente, em geral, exigem bombas de alta pressão para impulsionar a água através dos filtros. Além disso, segundo Yoon, elas são muito difíceis de terem o tamanho reduzido sem comprometer a sua eficiência energética. 


Diferentemente disso, a unidade de dessalinização proposta por eles se baseia em uma técnica chamada polarização de concentração de íons (ICP, da sigla em inglês). Em vez de filtrar a água, o processo ICP aplica um campo elétrico às membranas dispostas acima e abaixo de um canal de água. 

Com isso, as membranas repelem moléculas de sal, bactérias, vírus e outras partículas carregadas positiva ou negativamente conforme vão passando. As partículas carregadas são direcionadas a uma segunda corrente de água, que é descarregada.


O uso de sólidos dissolvidos e suspensos possibilita a passagem de água limpa pelo canal. Como requer apenas uma bomba de baixa pressão, o ICP acaba usando menos energia do que outras técnicas. 

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