quinta-feira, 16 de abril de 2020

Navios porta-contentores podem ser convertidos em hospitais flutuantes para a COVID-19


De acordo com uma proposta conceptual feita pelo estúdio de arquitectura britânico Weston Williamson + Partners, os navios porta-contentores poderão ser uma importante e inesperada resposta infra-estrutural à pandemia COVID-19: os gigantes dos mares poderão, segundo o conceito, ser convertidos em autênticos hospitais flutuantes, capazes de navegar entre cidades afectadas, dando resposta às necessidades logísticas dos países.

Navios porta-contentores: a (improvável) solução para o tratamento de doentes

O estúdio britânico apresentou a proposta pois acredita que o COVID-19 terá um sério impacto em países que não têm acesso a uma assistência médica integral e completa: os ditos países sub-desenvolvidos, com cuidados médicos e hospitalares mais rudimentares. «Realmente temo que seja uma catástrofe em toda a África, Índia e em outros países, e em campos de refugiados onde o distanciamento social é um luxo e o acesso à água corrente e à higiene elementar é mais difícil», comentou Chris Williamson, co-fundador da Weston Williamson + Partners.
O estúdio acredita que os navios porta-contentores podem ser uma solução neste contexto, pois podem navegar directamente para as áreas mais afectadas pela pandemia. Actualmente, muitos navios encontram-se fora de serviço devido à desaceleração do comércio global. Os navios hospitalares previstos pelo estúdio conteriam, cada um, cerca de 2.000 camas, com cada contentor a albergar uma unidade de terapia intensiva. Estes potenciais ‘navios-hospital’ serviriam como uma útil alternativa aos hospitais de campanha, actualmente construídos em centros de conferências e feiras.

Maersk, CMA CGM e Hapag-Lloyd a bordo do projecto

«Actualmente o mundo tem centenas de navios porta-contentores, com milhares de contentores, que podem ser rapidamente reaproveitados. Todos nós precisamos ajudar a evitar uma catástrofe», frisou Chris Williamson, citado pela publicação de arquitectura DezeenAs enfermarias do hospital, projectadas com a empresa de consultadoria de engenharia Mott MacDonald, seriam feitas de contentores empilhados, a seis metros de altura. O acesso seria através de plataformas de circulação servidas por elevadores de mercadorias espaçados em intervalos de 20 unidades.
«A altura de seis é um número gerível no caso de os pacientes precisarem de se deslocar, e qualquer valor mais alto possível levaria a bloqueios», explicou Williamson. «É importante que haja uma sensação de bem-estar, com boa luz e um bom fluxo de ar», acrescentou. A Weston Williamson entrou já em contacto com companhias de navegação e várias organizações humanitárias para colocar o projecto em funcionamento. Os ‘navios-hospital’ podem estar operacionais em breve, desde que haja «vontade política e o acordo das companhias de navegação», disse Williamson.
«Maersk, CMA CGM e Hapag-Lloyd são as três empresas com quem conversamos que já demonstraram interesse» na solução, adiantou Williamson.

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