A ministra do Mar disse que o Governo entende que não há razão para proibir a captura de sardinha, considerando que o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES), "por vezes, peca por excesso".
"O ICES dá um parecer científico com base na informação que tem, mas o que é facto é que muitas vezes peca por excesso", disse aos jornalistas a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, em Portimão, à margem da cerimónia de boas-vindas ao navio que faz a ligação entre o Funchal e aquela cidade algarvia.
De acordo com um parecer científico do ICES, a pesca da sardinha deverá ser proibida em 2019 em Portugal e Espanha, tendo em conta a diminuição do 'stock' verificada nos últimos anos.
"O Governo entende, tal como no ano passado, que não estamos em situação de fazer pesca zero. Podemos estabelecer uma cota para a captura mais baixa do que a deste ano e com medidas de gestão dos 'stocks' mais profundas", defendeu a ministra.
De acordo com a governante, o Governo "não acha que seja caso para reduzir à pesca zero, com base na informação científica de que dispõe".
Ana Paula Vitorino afirmou que o Governo "está a fazer um trabalho muito aprofundado sobre a matéria, para tentar conciliar dois objetivos: manter a captura elevada da sardinha e a sustentabilidade da espécie".
"A sardinha tem vindo a diminuir paulatinamente na nossa costa e para se conseguir cumprir o primeiro objetivo temos de garantir que as capturas são de modo a que continuemos a ter sardinha no futuro", sublinhou.
Na opinião de Ana Paula Vitorino, é no equilíbrio entre a captura e a sustentabilidade que terá de ser tomada uma decisão, até porque, sublinhou, "a sardinha faz parte da cultura dos portugueses e da economia".
Segundo a ministra, a quantidade de sardinha no mar português é superior à do ano passado, embora se verifique uma redução dos juvenis, o que se traduz numa redução da espécie em 2019.
"Embora se verifique essa redução de juvenis, não implica reduzir as capturas a zero", considerou a ministra, acrescentando que Portugal está a trabalhar em conjunto com Espanha e em contacto com a Comissão Europeia "para demonstrar que não existem razões socioeconómicas que levem a que os indicadores de preservação da espécie sejam tão exigentes como os apontados pelo ICES".
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