A incubadora lusa Mare Startup é um caso de estudo para a OCDE, mas esbarra com a falta de financiamento.
Foi lançada em 2016 por iniciativa conjunta da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, da Universidade Católica Portuguesa, do Fórum Empresarial da Economia do Mar (actual Fórum Oceano) e da Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco (SaeR), com o objectivo de apoiar o empreendedorismo e inovação empresarial dedicada ao Mar. Desde a sua criação, o consórcio Mare Startup já apoiou sete projectos ligados à economia do mar, viabilizando a criação de 20 postos de trabalho. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) destacou o projecto nacional e o seu modelo como um estudo de caso e um exemplo de sucesso. Mas por cá, a Mare Startup continua a lutar com o que José Guerreiro, coordenador da plataforma, classifica de “óbvia lacuna nos mecanismos de apoio ao empreendedorismo do mar”.
Apoia o desenvolvimento de negócios naquele que é apontado como um dos sectores vitais da economia nacional, com recurso a financiamento próprio das instituições aderentes, tanto ao nível de recursos humanos como de infraestruturas. A Mare Startup foi criada a partir da constatação de que “apesar das políticas públicas pretenderem dinamizar a Economia do Mar”, não existiam mecanismos e infraestruturas de apoio ao empreendedorismo e inovação empresarial na indústria marítima.
Investimento interno
Pouco mudou desde então. “É objectivo e proposta pública da Mare Startup ajudar a promover uma rede de iniciativas e incubadoras ligadas ao mar, que poderia e deveria, ser apoiada até a nível dos programas operacionais e regionais, MAR 2020 ou Fundo Azul”, mas o seu financiamento continuar a ser assegurando em exclusivo pelos parceiros, explica o coordenador.
A Mare Startup baseia o seu modelo de funcionamento no mecanismo de apoio às iniciativas de startups surgidas em contexto universitário, ou projectos de inovação empresarial, a quem concede uma bolsa de horas gratuita assegurada pelos seus parceiros, para apoio ao desenvolvimento de plano de negócios, candidaturas a programas de financiamento, apoio jurídico à constituição de empresa, licenciamentos, propriedade intelectual/industrial apoio técnico-científico, através dos Centros de Investimento Mare e da Universidade Católica, com mais de 600 especialistas.
Em 2017, o consórcio lançou a sua primeira chamada pública para apoio a projectos, apoiando sete startups. Uma segunda chamada está já agendada para abril deste ano, esperando-se que a plataforma que está a inspirar a OCDE pela sua acção direccionada para os negócios do mar, possa apoiar igual número de projectos. José Guerreiro relembra que a dinamização da iniciativa empresarial é determinante para o futuro do sector e destaca a dificuldade de financiamento como um entrave que é necessário ultrapassar.
Fonte: Expresso
Sem comentários:
Enviar um comentário