O
empresário português Carlos Rafael, acusado de capturar e vender
espécies protegidas de peixe nos EUA, assumiu a culpa na próxima
quarta-feira.
Segundo
a procuradoria-geral dos EUA, Carlos Rafael vai comparecer em
tribunal para confessar a culpa dos crimes de incumprimento de quotas
e contrabando dos lucros para Portugal.
A
procuradoria não confirmou se a confissão significa que o
empresário e o tribunal chegaram a acordo e o caso não segue para
julgamento.
O
imigrante da ilha do Corvo é dono de uma das maiores operações de
pesca comercial do noroeste americano, a Carlos Seafood Inc, e
aguarda julgamento em liberdade, com pulseira electrónica, depois de
ter pago uma caução de um milhão de dólares (cerca de 930 mil
euros).
O
empresário, de 64 anos, conhecido por 'codfather' (um trocadilho com
as palavras bacalhau e o título do filme Padrinho em inglês) está
a ser acusado de 27 crimes, incluindo conspiração e prestação de
registos falsos.
Segundo
a acusação, o imigrante açoriano mentiu durante anos às
autoridades sobre as quantidades e espécies de peixe capturadas pela
sua frota para contornar quotas de pesca sustentável. Rafael
venderia depois o peixe por "sacos de dinheiro" a um
vendedor por atacado de Nova Iorque.
Ainda
segundo a acusação, o empresário usava compartimentos falsos para
transportar o peixe e usava rótulos errados para evitar as quotas. O
mesmo canal garante que a investigação ainda decorre e mais
detenções podem acontecer.
A
investigação, que envolveu o fisco dos EUA, os serviços de
investigação da Guarda Costeira e a Organização Nacional dos
Oceanos e Atmosfera, começou depois de Rafael colocar o seu negócio
a venda no ano passado.
Quando
dois agentes à paisana se fizeram passar por potenciais compradores,
o português confessou a sua operação "fora dos cadernos".
Em Janeiro do ano passado, Rafael e a sua contabilista explicaram o
passo-a-passo da operação, a que se referiam como "a dança",
durante uma reunião com os falsos compradores.
No
encontro, Carlos Rafael afirmou que tinha ganhado 668 mil dólares
(cerca de 614 mil euros). Os investigadores acreditam que parte do
dinheiro foi desviada para Portugal através do aeroporto de Boston.
O
julgamento de António Freitas, o alegado cúmplice de Carlos Rafael
no Departamento do Xerife de Bristol, foi adiado, estando agendado
para 15 de maio.
Fonte: JN
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