Presidente
da comissão executiva da Fundação Oceano Azul, trabalha há quase
duas décadas em política dos oceanos. Especialista em direito
europeu e internacional, foi conselheiro do Presidente Cavaco Silva
O
que vão fazer concretamente na área da educação ambiental?
Queremos
concentrar-nos muito só num projecto, destinado às crianças do
ensino primário, e procurar educá-las relativamente à conservação
dos oceanos, transmitindo--lhes, através de vários materiais e dos
professores, essa perspectiva. Fazer formação de professores é algo
que iremos considerar. Há 23 mil professores para 530 mil crianças
no 1.º ciclo de escolaridade em Portugal e serão eles o nosso alvo
privilegiado.
E
na área conservação?
Queremos
desenvolver as áreas marinhas protegidas e não apenas em Portugal,
porque a fundação tem uma perspectiva internacional e quer
influenciar a agenda mundial dos oceanos. O objectivo é ajudar a
conservar os ecossistemas marinhos que são biologicamente mais
sensíveis e que é preciso preservar a todo o custo.
E
além do trabalho nas áreas protegidas?
Estamos
preocupados com as pescas, uma questão importante para Portugal.
Nomeadamente, as pescas artesanais, que são a esmagadora maioria no
país, em que continuamos a ter alguns problemas de gestão de certos
stocks. Queremos sobretudo trabalhar com as comunidades piscatórias
e com parceiros internacionais, que têm muita experiência nestas
matérias para estudar as melhores formas de gerir os stocks de
pesca, garantindo a sua sustentabilidade.
Isso
implica uma colaboração com Estado?
Também.
Se chegarmos à conclusão de que em determinados sectores da pesca
artesanal portuguesa é importante mudar métodos de gestão dos
stocks pesqueiros, é essencial a intervenção do Estado para adoptar
esses métodos, e também da Comissão Europeia, que tem grandes
responsabilidades no sector das pescas.
Que
diferença pode a fundação fazer para o país?
Esta
fundação quer ajudar a mudar as regras do jogo na relação que o
país tem com o oceano, ajudar a virar a página principalmente na
questão da responsabilidade social colectiva de preservação do
oceano. A nossa ambição é que os portugueses sejam os europeus
mais preocupados com essa sustentabilidade. Se conseguirmos através
da literacia azul que isso venha ser assim no futuro, estamos
convencidos de que isso contribuirá muitíssimo para os grandes objectivos do Portugal do século XXI, que é mobilizar a sociedade
portuguesa para os desafios do século, da sustentabilidade
ambiental.
Que
verbas vão ser aplicadas nestes programas?
Já
foram investidos quase 60 milhões de euros, juntando a concessão do
Oceanário [36 milhões] e a dotação da fundação. O orçamento
anual em velocidade de cruzeiro andará à volta de 5,5 milhões.
Fonte: DN
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