terça-feira, 17 de março de 2015

Nicarágua, a lagos e fogo. Por causa do canal

O maior país da América Central em extensão territorial estende-se junto à água com paisagens fenomenais. Mas vem aí uma ambiciosa construção: o Canal de Nicarágua. Perigo ou negócio?


O estilo de vida é rústico e pacífico. Os terrenos são férteis. As paisagens deslumbrantes, de lagos e fogo dos vulcões (muitos activos). Mas tudo isso pode estar em risco com a construção de canal semelhante ao do Panamá, cuja construção deve estar concluída em breve. A explicação é dada pela CNN.
Da responsabilidade da HK Nicaragua Canal Development Investment Company (HKND), um consórcio chinês, o custo da construção do Canal de Nicarágua ronda os 45 mil milhões de euros. O objectivo é criar uma rota marítima para navios de grandes dimensões que ligue o Lago de Nicarágua aos oceanos Atlântico e Pacífico. O canal terá quase 300 quilómetros de extensão. O negócio está garantido por 50 anos e inclui a eventualidade de um alargamento. Estima-se que o canal fique completamente construído em 2019
O canal começa no Rio Punta Gorda, na costa das Caraíbas, e segue até Brito, no Oceano Pacífico. Quando estiver terminado, esta rota marítima será mais profunda e larga que o Canal do Panamá. Com todo o negócio que isso pode trazer ao país.
Apesar de a localização ter sido pensada para não afectar o ecossistema de Nicarágua, e permitir apoiar muitas comunidades locais, as obras obrigam a deslocar 30 mil pessoas.
Alguns ambientalistas estão ainda preocupados que as águas rasas do lago não possuam capacidade para suportar a drenagem exigida pela construção. Jorge A. Huete-Perez, vice-presidente da Academia Nicaraguense das Ciências e Director do Centro de Biologia Molecular na Universidade da América Central, afirma que “uma grande preocupação do impacto do canal do Lago de Nicarágua são os danos na qualidade da água e a poluição causada pelos navios, que introduzirão sedimentos tóxicos e químicos industriais”.
Estas conclusões foram confirmadas pelos cientistas da Rede Inter-americana das Academias de Ciência, alertando ainda para os estragos em termos económicos e sociais. A HKND já se pronunciou sobre estas preocupações, sublinhando que os seus conselheiros ambientais e sociais reuniram no ano passado com 5 mil pessoas da comunidade local.
Por outro lado, alguns engenheiros mostram-se cépticos em relação à construção, afirmando que ela pode ser demasiado ambiciosa para ser sequer terminada.
Fonte: Observador

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