A construção do novo Terminal de Contentores do porto de Lisboa no Barreiro irá implicar um custo de entre um a 1,5 milhões de euros por ano em dragagens de manutenção, e não de 48 milhões de euros, como defendeu Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros. O esclarecimento foi feito à Transportes em Revista pela própria Administração do Porto de Lisboa (APL). José Rocha, Auditor de Projectos e Obras do porto de Lisboa e Engenheiro Civil explicou que as dragagens de estabelecimento (para a criação do canal) deverão implicar que se retirem cerca de 20 milhões de metros cúbicos, parte dos quais a serem reutilizados para a construção do cais. Como tal, a intervenção, deverá custar cerca de 60 milhões de euros. Já no que diz respeito às dragagens de manutenção, de cerca de um milhão de metros cúbicos por ano, estas deverão implicar um custo anual de entre um a 1,5 milhões de euros, não havendo propriamente necessidade de realizar estas intervenções todos os anos. «No canal de acesso à Tanquipor, que é o mesmo que vamos utilizar, as dragagens são realizadas a cada três anos», assinala o responsável.
Recorde-se que Carlos Matias Ramos afirmou que o Barreiro implica um custo de 48 milhões de euros por ano em dragagens de manutenção, ao qual acresce um investimento inicial de 160 milhões de euros para garantir fundos que viabilizem a navegação de navios com 14 metros de calado. Os números foram avançados no seguimento de um estudo em que contou com a colaboração dos engenheiros José Cerejeira e Pedro Figueira. "Estas conclusões, baseadas em observações de campo numa matéria complexa do ponto de vista técnico, demonstram que a opção do Barreiro para este terminal é completamente inviável do ponto de vista financeiro", refere Carlos Matias Ramos, citado pelo Diário Económico, adiantando que Em causa está uma dragagem inicial de 27 milhões de metros cúbicos e dragagens anuais de oito milhões de metros cúbicos “de lodos submarinos e não de areias”. “Existe aqui o risco de criar uma situação análoga à de certas PPP. Segundo as estimativas da APL, os custos de dragagem de manutenção no Barreiro seriam de cerca de um milhão de euros por ano. Se não acautelarmos, os interesses públicos, o futuro concessionário poderá reclamar o valor da diferença ao Estado a título de indemnização", afirmou o bastonário
Em declarações, José Rocha explicou que «os cálculos da APL são feitos para um canal com uma determinada geometria. Desconheço qual a geometria a que se refere o Eng. Matias Ramos, já que não lhe é feita qualquer referência». O Auditor de Projectos e Obras da APL esclarece que o canal do Barreiro terá fundos de -16 m, uma largura no fundo do canal de 150 m e um talude do canal de 1 para 10, «o que significa que em cada metro que se desce, alarga-se para dez metros», elucida. Já no que à manutenção diz respeito, afirma que «o Eng. Matias Ramos cometeu alguma falha nas taxas de assoreamento do canal», uma vez que para existir a necessidade de dragar oito milhões de metros cúbicos isso significaria um assoreamento a cada ano entre 2,5 a três metros de altura, «o que não se verifica». Em vez disso, o assoreamento deverá rondar os 60 a 80 cm por ano, totalizando um milhão de metros cúbicos. A eles corresponderão 30 dias de intervenção, «possível de ser executada sem qualquer interrupção na navegação ou na actividade portuária».
De resto, Marina Ferreira, presidente da APL, já tinha afirmado que os custos das dragagens irão sempre recair sobre o concessionário: «se o porto de Lisboa tiver de fazer as dragagens cobrará taxas maiores, se não tiver cobrará taxas mais pequenas porque as dragagens ficam a cargo do concessionário», avançou, à margem da assinatura do Protocolo de Cooperação relativo à construção do novo Terminal de Contentores do Barreiro e da Área Logística Industrial e Tecnológica Anexa (ALITA), entre a APL, a Câmara Municipal do Barreiro, a Baía do Tejo, a REFER e a Estradas de Portugal.
Entretanto, sabe-se já que Maersk, Fosun e Grupo ETE estão interessados na construção e exploração da infraestrutura no Barreiro.
Recorde-se que Carlos Matias Ramos afirmou que o Barreiro implica um custo de 48 milhões de euros por ano em dragagens de manutenção, ao qual acresce um investimento inicial de 160 milhões de euros para garantir fundos que viabilizem a navegação de navios com 14 metros de calado. Os números foram avançados no seguimento de um estudo em que contou com a colaboração dos engenheiros José Cerejeira e Pedro Figueira. "Estas conclusões, baseadas em observações de campo numa matéria complexa do ponto de vista técnico, demonstram que a opção do Barreiro para este terminal é completamente inviável do ponto de vista financeiro", refere Carlos Matias Ramos, citado pelo Diário Económico, adiantando que Em causa está uma dragagem inicial de 27 milhões de metros cúbicos e dragagens anuais de oito milhões de metros cúbicos “de lodos submarinos e não de areias”. “Existe aqui o risco de criar uma situação análoga à de certas PPP. Segundo as estimativas da APL, os custos de dragagem de manutenção no Barreiro seriam de cerca de um milhão de euros por ano. Se não acautelarmos, os interesses públicos, o futuro concessionário poderá reclamar o valor da diferença ao Estado a título de indemnização", afirmou o bastonário
Em declarações, José Rocha explicou que «os cálculos da APL são feitos para um canal com uma determinada geometria. Desconheço qual a geometria a que se refere o Eng. Matias Ramos, já que não lhe é feita qualquer referência». O Auditor de Projectos e Obras da APL esclarece que o canal do Barreiro terá fundos de -16 m, uma largura no fundo do canal de 150 m e um talude do canal de 1 para 10, «o que significa que em cada metro que se desce, alarga-se para dez metros», elucida. Já no que à manutenção diz respeito, afirma que «o Eng. Matias Ramos cometeu alguma falha nas taxas de assoreamento do canal», uma vez que para existir a necessidade de dragar oito milhões de metros cúbicos isso significaria um assoreamento a cada ano entre 2,5 a três metros de altura, «o que não se verifica». Em vez disso, o assoreamento deverá rondar os 60 a 80 cm por ano, totalizando um milhão de metros cúbicos. A eles corresponderão 30 dias de intervenção, «possível de ser executada sem qualquer interrupção na navegação ou na actividade portuária».
De resto, Marina Ferreira, presidente da APL, já tinha afirmado que os custos das dragagens irão sempre recair sobre o concessionário: «se o porto de Lisboa tiver de fazer as dragagens cobrará taxas maiores, se não tiver cobrará taxas mais pequenas porque as dragagens ficam a cargo do concessionário», avançou, à margem da assinatura do Protocolo de Cooperação relativo à construção do novo Terminal de Contentores do Barreiro e da Área Logística Industrial e Tecnológica Anexa (ALITA), entre a APL, a Câmara Municipal do Barreiro, a Baía do Tejo, a REFER e a Estradas de Portugal.
Entretanto, sabe-se já que Maersk, Fosun e Grupo ETE estão interessados na construção e exploração da infraestrutura no Barreiro.
Fonte: Transportes em Revista
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