A crise tem causado "alguma contracção no consumo", mas o facto de os preços dos cruzeiros serem hoje mais baixos criou "um ajuste", explicou Francisco Teixeira
A
crise económica não está a afectar os cruzeiros, um tipo de turismo
que se democratizou nos últimos anos e que ainda tem "muito
para crescer", disseram à Lusa fontes do sector.
"A
crise não está a afectar o sector nem na Europa nem em termos
internacionais", afirmou à Lusa a responsável da Administração
do Porto de Lisboa (APL) Andreia Ventura, que salientou que os
cruzeiros ainda representam apenas dois por cento do turismo global:
"Há imenso para crescer", acrescentou.
Nos
últimos anos, tem-se assistido a uma democratização deste tipo de
turismo, sustentou. Se antes os cruzeiros se destinavam a um segmento
de luxo, "hoje qualquer pessoa da classe média" tem
capacidade para optar por esta solução de férias.
Actualmente,
os cruzeiros atraem a nível mundial 20 milhões de passageiros, dos
quais mais de metade (12,6 milhões) oriundos do mercado
norte-americano. Da Europa, são cerca de 5,6 milhões de turistas,
segundo dados da APL.
"A
indústria mais desenvolvida é a dos Estados Unidos. O despertar da
Europa, da América do Sul e da Ásia leva ao crescimento sustentado
desta indústria, que ainda tem muito para dar", disse.
Uma
realidade confirmada pelos operadores do sector.
Francisco
Teixeira, director geral da Royal Caribbean, referiu que nos últimos
20 anos, o setor alterou-se totalmente.
Antes,
havia menos navios, predominavam nas Caraíbas e as voltas ao Mundo,
os cruzeiros eram mais pequenos e com custos mais elevados. "Hoje
os navios são maiores, são mais estandardizados em termos de
alojamento e a dinâmica de preços é mais oscilante: na mesma
viagem podemos ter um preço de 500 euros e na semana seguinte de 700
ou 800 euros", explicou.
"Os
turistas encontram refeições incluídas, actividades e
entretenimento a bordo, aliado ao facto de numa semana se visitar
cinco cidades diferentes. As pessoas têm mais consciência disso e
procuram mais o cruzeiro como alternativa. Isso faz com que haja a
tal democratização do produto cruzeiros", lembrou.
A
crise tem causado "alguma contracção no consumo", mas o
facto de os preços dos cruzeiros serem hoje mais baixos criou "um
ajuste", explicou Francisco Teixeira, para quem 2013 está a ser
um "ano positivo".
O
responsável da MSC Cruzeiros, Eduardo Cabrita, garante que, apesar
da crise, "os portugueses continuam a fazer férias e a procurar
as melhores alternativas do mercado", mas agora "analisam
mais e procuram opções mais económicas e que tragam vantagens para
toda a família".
Na
sua opinião, os cruzeiros têm vindo a crescer "exactamente por
isso, pois a relação preço/qualidade é superior em relação a
muitos outros tipos de viagens".
Actualmente,
com um valor médio de 500 euros, é possível realizar um cruzeiro,
"que numa só viagem permite conhecer vários destinos de forma
bastante cómoda e ter acesso a gastronomia e entretenimento de
qualidade", afirmou o director geral da MSC.
Para
Ana Bento, responsável em Portugal da Um Mundo de Cruzeiros, que
representa cerca de 30 companhias, "apesar da crise, a procura
dos cruzeiros mantém-se".
O
que mudou, disse, "foi essencialmente o mercado que opta pelo
cruzeiro, passando agora também pela classe média/alta e abrangendo
os cruzeiros de gama alta e luxo".
Fonte: Ionline/ Agência Lusa
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