sábado, 28 de abril de 2018

Primeira máquina para limpar o plástico do mar em testes no Pacífico


Vai ser experimentado pela primeira vez um sistema que promete limpar a maior mancha de plástico no mar - são quase 80 mil toneladas de detritos de plástico que ocupam uma área entre a Califórnia e o Havai equivalente a três vezes a França.

O sistema idealizado originalmente pelo adolescente holandês Boyan Slat, agora engenheiro e fundador da fundação The Ocean Cleanup, vai ser implementado este Verão. Pretende limpar o que ficou conhecido como "The Great Pacific Garbage Patch" - a grande mancha de lixo do Pacífico.
Esta mancha, detectada pela primeira vez em 1977, contém mais de 1,8 mil milhões de fragmentos de plástico, segundo o último estudo. E é a primeira vez que se faz a tentativa de a limpar.
Não se trata de uma ilha ou de uma massa única, mas sim de uma vasta área com grandes quantidades de plástico, com detritos que vão dos pequenos bocados a elementos maiores, como redes de pesca abandonadas, que representam 46% do total, segundo o estudo publicado a 22 de Março no boletim Scientific Reports, da revista científica Nature.

MANCHA DE PLÁSTICO EQUIVALENTE A TRÊS FRANÇAS

A quantidade de plástico encontrada nesta área está "a aumentar exponencialmente", de acordo com o trabalho desenvolvido pela fundação Ocean Cleanup e por investigadores de instituições na Nova Zelândia, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Dinamarca.
Os cientistas utilizaram dois aviões e 18 barcos para avaliar a poluição causada pelo plástico no oceano. "Queríamos ter imagem uma clara e precisa daquela extensão de lixo no mar", disse o coordenador do estudo, o investigador Laurent Lebreton, da Ocean Cleanup.
"Pensamos que há cada vez mais plástico a acumular-se nesta área", salientam os cientistas.
A quantidade da massa de plástico presente é quatro a 16 vezes maior que o anteriormente referido e continua a acumular-se mais devido ao sentido das correntes marítimas e ao descuido dos humanos, tanto no mar, como em terra.
A maior parte daquele plástico tem provavelmente origem em países do Pacífico, mas também pode vir de qualquer ponto do mundo pois aquele material anda por todo o oceano e até já foi encontrado no Ártico, segundo Laurent Lebreton.

PLÁSTICOS AMEAÇAM ANIMAIS E ENTRAM NA CADEIA ALIMENTAR

Plásticos, como cotonetes, palhinhas ou sacos de plástico descartáveis, vão parar aos oceanos e deterioram-se, dando origem a pequenas partículas que são ingeridas pelos animais e podem levar à sua morte.
Através dos peixes, os microplásticos chegam à cadeia alimentar humana.
Os microplásticos também são ingrediente de muitos cosméticos e produtos de higiene pessoal, como exfoliantes para cabelo, corpo e rosto, pastas e cremes dentais, entrando na rede de esgotos, mas como são demasiado pequenos para serem completamente filtrados nos sistemas de tratamento vão para os rios e mares.
A poluição do mar pelos plásticos é um problema global. Em 1990, a produção de plástico era metade da actual e daqui a alguns anos poderá existir no oceano mais plástico do que peixe, se nada for feito para evitar o elevado consumo deste material, segundo organizações ambientalistas.
Com o início das operações marcado para Julho deste ano, os especialistas acreditam conseguir retirar metade dos detritos - cerca de 40 mil toneladas - nos próximos cinco anos.
sistema consiste numa série de tubos gigantes - ironicamente feitos de plástico - que vão formar uma longa barreira flutuante. Telas de nylon (material sintético extraído do petróleo) presas às barreiras vão actuar como pás de lixo a recolher os detritos que as marés vão juntando. Estas telas não são capazes, no entanto, de recolher os microplásticos.
Os peixes vão conseguir escapar as estas redes, nadando por baixo, garante a Ocean Cleanup.
A equipa da Ocean Cleanup prevê começar a instalação nas próximas semanas a partir da baía de São Francisco para que tudo esteja pronto em Julho. Depois, todas as seis a oito semanas, barcos vão recolher às redes o lixo acumulado.
Fonte: Sic Noticias

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