quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

O Futuro do Planeta é o Futuro dos Oceanos


Por Tiago Pitta e Cunha

O futuro do Planeta está hoje gravemente ameaçado pelas alterações climáticas, pela redução da biodiversidade, com a extinção sem precedentes de inúmeras espécies animais e vegetais, pela continuação da exploração desenfreada dos recursos naturais, e pela poluição que resulta da imparável industrialização e da urbanização das sociedades humanas actuais.

Os impactos destas ameaças, durante anos apenas compreendidos pelos cientistas, tornaram-se visíveis a olho nu e os desequilíbrios ambientais e climáticos começam a produzir alterações drásticas que afectam o sistema de suporte de vida na Terra. A natureza, delapidada aceleradamente desde a revolução industrial, começa a tornar-se um bem escasso e como tal começa a ser valorada como um capital natural. A falência desse capital, sabemos hoje, será a falência a prazo do capital manufacturado, de que necessitamos para continuar a ter crescimento económico. Por esta razão, os problemas da Terra tornaram-se problemas societais. Tornaram-se o nosso grande problema. 


Nada pode ser mais importante para os oceanos. Os seus problemas tem sido vistos como problemas que afectam as baleias ou os peixes, mas que não nos dizem directamente respeito. Por isso, nunca nos preocupámos em encontrar soluções para eles. Mas hoje economia, oceanos e natureza são tudo a mesma equação. Pela primeira vez na nossa História e apenas nos últimos cinco ou dez anos compreendemos que sem sustentabilidade ambiental, pura e simplesmente, não haverá sustentabilidade económica e social. 

O século XXI vai ser, por isso, o o século da sustentabilidade ambiental, de que os oceanos são o factor determinante. A verdadeira economia azul, neste contexto, será mais importante para o sucesso das nossas sociedades e constituirá - no âmbito da economia da descarbonização que assistimos a emergir - uma alternativa real a muitos sectores da economia terrestre. O nosso actual modelo de desenvolvimento económico sofrerá alterações profundas e, mais do que continuarmos apenas a tornar a economia mais amiga do ambiente (a esverdear a economia), iremos assistir à transformação do ambiente na economia do século XXI. O capital natural passará a ser parte integrante da economia, como hoje a conhecemos. 


Portugal, que é um país com escasso capital manufacturado, mas que é detentor de capital natural, mais do que os outros países europeus, na imensidão das suas áreas marítimas, poderá ter aqui uma oportunidade e ser líder nesta transformação da economia mundial. 


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