Os oceanos do mundo estão cheios de vida, mas o aumento das emissões de dióxido de carbono poderá causar um colapso na cadeia alimentar marinha, segundo um estudo de especialistas australianos.
O estudo, considerado a primeira análise global sobre como as alterações climáticas afectarão os ecossistemas marinhos, prevê um futuro sombrio para os peixes.
Para a sua realização, ecologistas marinhos da Universidade de Adelaide reveram mais de 600 estudos publicados sobre os recifes de corais, os bosques de algas, os oceanos e as águas tropicais e do Ártico.
Esta meta-análise, publicada a 12 de Outubro na revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, mostra que a acidificação dos oceanos e o aquecimento reduzirão a diversidade e o número de várias espécies-chave.
«Esta 'simplificação' de espécies nos oceanos terá profundas consequências para a nossa actual forma de vida, em particular para as populações costeiras e as que dependem do mar para se alimentar e comercializar», declarou o co-autor do estudo Ivan Nagelkerken.
Segundo o trabalho, muito poucos organismos serão capazes de se adaptar às águas mais quentes e à acidificação dos oceanos, com excepção dos micro-organismos, que devem aumentar em número e diversidade.
Contudo, este aumento do plâncton não se reflectirá nos animais microscópicos e pequenos peixes, e fará com que as espécies maiores tenham dificuldade para encontrar comida suficiente.
«Teremos uma maior procura de alimentos, e um desajuste devido ao facto que haverá menos alimento disponível para os carnívoros, para as espécies maiores de peixes, nas quais são baseadas as indústrias pesqueiras fundamentalmente», afirmou Nagelkerken, para quem possivelmente «haverá um colapso de espécies desde a parte superior da cadeia alimentar até à inferior».
Também espera-se que as ostras, os mexilhões e os corais sejam afectados pelo aquecimento global, o que tornará ainda mais difíceis as condições de vida para os peixes de recifes.
Fonte: Diário Digital
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