terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Bastonário insiste: dragar no Barreiro custará 48 milhões / ano


Manter os fundos no futuro terminal de contentores do Barreiro custará 48 milhões de euros por ano, todos os anos, reafirma o bastonário da Ordem dos Engenheiros, em declarações ao “DE”.
Os custos das dragagens – iniciais e de manutenção dos fundos – ameaça centrar a discussão sobre a viabilidade do futuro terminal de contentores previsto para o Barreiro. E os números sobre a mesa não poderiam ser mais díspares.

De muito longe, a “factura” mais elevada é apresentada pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros. Em declarações ao “DE”, Carlos Matias Ramos insiste na previsão de um custo anual de 48 milhões de euros, e explica: “para permitir a navegação de navios com calados [fundos] de 14 a 14,5 metros, tem de se escavar um canal com 16 metros de profundidade; mas, naquele local, tal como no Alfeite, porque estamos a falar de lodos submarinos e não de areias, se quero ter o canal e as bacias de manobra e de acostagem a funcionar ao final de um ano, temos de escavar mais abaixo, temos de afundar até à cota de profundidade de 16 e de 21 metros, respectivamente”.
Para manter o terminal capaz de receber navios de 8 000 TEU, o líder da Ordem dos Engenheiros calcula que será necessário dragar anualmente oito milhões de metros cúbicos. O que levantará o problema do custo: 48 milhões de euros, diz, caso não haja problemas graves de contaminação dos lodos; e também do destino a dar aos inertes.
As dragagens iniciais, que o bastonário estima em 27 milhões de metros cúbicos, custarão uns 160 milhões de euros e serão, ao que afirma a tutela, suportadas pelo futuro concessionário.
O problema coloca-se, pois, com as dragagens anuais, que serão realizadas e pagas pela administração portuária. O Governo e a própria APL insiste na previsão de um custo anual de um milhão de euros, baseada no histórico dos custos de dragagens feitas nas proximidades.
As contas de Carlos Matias Ramos são, porém, muito diferentes. Ao “DE”, o bastonário insiste  que o que o move, e à Ordem dos Engenheiros, não é “nenhuma preferência por nenhum terminal, por nenhum porto. A preferência da Ordem é pela transparência e pela clareza. Existe aqui o risco de criar uma situação análoga à de certas PPP”.
Fonte: Transportes e Negócios / DE

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