quarta-feira, 17 de julho de 2013

Fernando Barriga: “Há muito trabalho a fazer ainda na ciência do mar”


O especialista é um dos autores do livro “O Mar na História, na Estratégia e na Ciência”

Foi lançado no El Corte Inglês, em Lisboa, o livro “O Mar na História, na Estratégia e na Ciência”. A obra reúne intervenções proferidas por ocasião do III Fórum Açoriano Franklin D. Roosevelt, realizado na ilha do Faial, em Abril de 2012.

O Ciência Hoje falou com um dos autores, Fernando Barriga, responsável pelo capítulo intitulado “Ciência e recursos naturais debaixo de um mar profundo”. O investigador do Creminer – Centro de Recursos Minerais, Minerologia e Cristalografia sublinha que “para a maioria das pessoas que tratam dos assuntos do mar é claro que o futuro de Portugal está do lado do mar porque o país tem uma enorme área de jurisdição económica do fundo do Atlântico Norte. São quase quatro milhões de quilómetros quadrados”.
No livro aborda esta importância e questões como a exploração dos recursos naturais da crosta oceânica. Uma área onde “há ainda por fazer, já que estamos no princípio do conhecimento. Há muito trabalho a fazer ainda na ciência do mar”, afirma o entrevistado.

Os resultados neste sector deverão aparecer mas para até lá é necessário “dedicar mais esforço às ciências e tecnologias do mar”. Para Fernando Barriga “não basta dizer que o mar é importante, é preciso fazer alguma coisa. E o que se está a fazer é escasso”.

O autor defende assim uma “maior prioridade” relativamente aos assuntos relacionados com o mar.

Um dos recursos que poderá ser explorado consiste nos elementos chamados de terras-raras, um grupo de elementos químicos de grande importância em indústrias de alta tecnologia. Actualmente, grande parte destes elementos chega da China, mas descobertas recentes indicam que os fundos marinhos são ricos em terras-raras. Elementos como manganês, cobalto, níquel, cobre, zinco, ouro e prata são também candidatos a extracção num futuro próximo.
Fernando Barriga sublinha assim que pode haver aqui uma oportunidade económica para Portugal mas para tal é necessário ter em conta que entre “haver rochas ou sedimentos ricos em terras-raras, até haver uma quantidade explorável com benefício económico vai uma grande distância. Temos de fazer muitos estudos de exploração dos recursos marinhos”.

O investigador avança que o Creminer, associado a outras instituições europeias, vai participar num projecto designado Blue Mining que vai procurar esclarecer questões e demonstrar a viabilidade económica de determinadas explorações minerais,“parte delas em mares sob jurisdição portuguesa”.

Além da estratégia científica, o livro “O Mar na História, na Estratégia e na Ciência”, lançado pela Fundação Luso-Americana (FLAD), e coordenado por Mário Mesquita e Paula Vicente, aborda ainda a história a estratégia turística.

“Em foco estão um conjunto de perspectivas complementares sobre a importância do mar para o crescimento económico português e para o reposicionamento do país face à sua imensa plataforma marítima, nomeadamente através da cooperação internacional”, esclarece a FLAD.
Fonte: CIência Hoje

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