quarta-feira, 8 de maio de 2013

Economia do Mar


Sempre fomos um país de navegadores e pescadores, a nossa história é rica em tradição do mar, em grandes feitos marítimos, em viagens por um mundo que tratávamos e víamos o mundo de outra forma. Temos uma relação única e excepcional com o mar, relação essa que se foi perdendo ao longo dos anos, em resultado de opções estratégicas e políticas que menosprezaram e fizeram desligar o país, daquilo que sempre teve de melhor. O tempo não é culpabilizar quem fez o que, mas sim relançar um sector que pode criar muita riqueza e empregos para todos. Mas não podemos falar em vão sobre uma área tão importante, sem fazermos nada por isso. Tem de haver acção, iniciativa e vontade. Portugal possui a maior zona económica exclusiva da Europa, e o respectivo aumento da extensão da plataforma continental, representam um mundo infindável de oportunidades, no qual Portugal pode e deve apostar como o futuro não só dos nossos problemas económicos, mas igualmente como um criação de um novo paradigma para Portugal, porque ao criarmos a nossa independência financeira, criamos igualmente uma forte manutenção da nossa soberania, factor de extrema relevância, visto que ninguém querer Portugal como um protectorado. Não podemos ser um país de mar, e importar peixe. Não podemos ser um país que vai buscar soluções marítimas lá fora, quando temos muitas pessoas capazes de inovar na conquista dessas mesmas soluções. O mar não é só pescas e o sector portuário, e embora este último sector tenha tido certas dificuldades, continua numa trajectória de crescimento contínuo e sustentado, surgindo no horizonte novas apostas como o Golfo Pérsico e a América do Sul, bem como o reforço a nível de África e Extremo Oriente. O potencial do mar expande-se para o sector turístico, para os transportes marítimos, para a construção e manutenção naval. Com o virar do século, tornou-se área de biotecnologia, ciências do mar, bioengenharia e robótica marinha. Tornou-se fontes alternativas de energia limpa como as energias das ondas e eólicas off-shore. O principal objectivo tem de ser reforçar a posição onde já temos presença e conhecimento, mas igualmente criar oportunidades de modo a que novas áreas possam ser criadas. Mas isso é um papel que cabe a todos. Não só a nível de governo, mas igualmente ao nível das empresas ligadas ao mar, a procura e incentivo de projectos viáveis e sérios que proporcionem igualmente uma forte articulação não só com as empresas, mas igualmente com os politécnicos e universidades, onde se encontram especialistas com qualidades, e com o forte apoio dos responsáveis políticos não só a nível distrital, mas igualmente a conselho, porque só havendo esta conexão empenhada em torno de um objectivo comum, que se consegue o rumo que se pretende tomar. Poderíamos desenvolver este tema de forma ainda mais expansiva, tal é a importância e riqueza de matérias. Mas nunca esqueçamos algo: O mar não é só vida, pode criar emprego, para termos as nossas vidas, pode dar comida para a nossa mesa, umas férias de sonho que todos desejamos ter. Neste momento, precisamos de iniciativa, visão e arriscar nas apostas. Temos potencial, matéria humana e intelectual para termos sucesso. Nós conseguimos!

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