quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Royal Caribbean atinge os 100M de passageiros.


A Royal Caribbean alcançou um marco histórico que ficará gravado na história dos cruzeiros: 100 milhões de passageiros recebidos a bordo da sua inovadora frota de 28 navios. Uma conquista que traduz décadas de dedicação, inovação e, acima de tudo, paixão por criar viagens memoráveis.

Para assinalar este feito impressionante, a companhia recorda algumas das experiências mais icónicas que têm conquistado viajantes de todas as idades — desde aventuras electrizantes até momentos de puro relaxamento, sempre com a hospitalidade e o serviço característicos da Royal Caribbean.

Seja no entusiasmo das famílias a participar em atividades conjuntas, seja na serenidade de espaços cuidadosamente concebidos para o descanso, cada instante a bordo é pensado ao pormenor para criar memórias que duram para toda a vida. Este compromisso com a excelência e a inovação mantém a Royal Caribbean na liderança do setor, sempre com propostas surpreendentes e adequadas a todos os perfis de viajantes.

Os números desta celebração não deixam margem para dúvidas: mais de 1,26 milhões de crianças já embarcaram nestas viagens inesquecíveis, participando em mais de 20.000 atividades em família a bordo. Para os amantes da aventura, não faltaram desafios e diversão: foram registadas 508.826 corridas nos carrinhos de choque, 276.367 sessões emocionantes na pista de gelo e 34.717 voos de balão na deslumbrante ilha privada Perfect Day at CocoCay.


Portos da Madeira assinam protocolo com Portos de Sines e do Algarve.


A Administração dos Portos da Madeira (APRAM), tutelada pela Secretaria Regional da Economia, celebrou um acordo de cooperação com a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), reforçando a aposta na inovação e na transformação digital do sector marítimo-portuário.

O protocolo contempla o desenvolvimento de soluções como a Janela Única Logística (JUL) e a plataforma digital Control Tower, no quadro da Agenda NEXUS, que promove a transição verde e digital. As duas administrações reconhecem este entendimento como uma oportunidade estratégica para acelerar a modernização e a descarbonização dos portos, assumindo-o como um projeto de interesse público. Para o secretário regional da Economia, a partilha de conhecimento e a colaboração institucional são fundamentais para enfrentar os desafios actuais, permitindo que ambas as entidades beneficiem de uma troca de experiências capaz de gerar maior eficiência.

José Manuel Rodrigues destacou ainda a relevância das infraestruturas portuárias para a economia, sublinhando que, na União Europeia, 74% das mercadorias transitam por via marítima, e que, no caso da Madeira, 95% da carga que entra e sai das ilhas depende dos portos. O governante reforçou também o papel estratégico destas estruturas na vertente da defesa nacional, lembrando que, na região, é garantida tanto a utilização civil como militar.

No plano do investimento, o Governo Regional prevê aplicar cerca de 30 milhões de euros na modernização dos portos da Madeira e do Porto Santo até ao final da década. Parte deste valor, cerca de 10 milhões, já está a ser canalizada para as obras de requalificação do porto do Caniçal, enquanto um concurso público internacional, estimado em 9 milhões, será lançado em breve para viabilizar a expansão dessa infraestrutura.

Foto: DR

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Transporte marítimo verde pode valer 10 mil milhões até 2030.


O mercado de transporte verde no sector marítimo poderá atingir 10 mil milhões de dólares até 2030, de acordo com o estudo “The $10 Billion Opportunity in Green Shipping”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG). Esta estimativa tem por base a predisposição da maioria dos proprietários de carga para pagar um preço acrescido por transporte sustentável, sendo que 80% destes assume estar disposto a pagar, em média, um acréscimo de 4,5% pelo transporte marítimo verde em comparação com o convencional.

Apesar do forte interesse em soluções de transporte marítimo sustentáveis, o crescimento da disposição para pagar esse valor extra por transporte marítimo verde desacelerou, passando de +1% ao ano entre 2021 e 2023 para +0,5% em 2024. Este abrandamento é um reflexo da incerteza regulatória e da limitada maturidade do mercado de combustíveis alternativos. As empresas aguardam por um enquadramento mais claro para tomar decisões de longo prazo, o que tem travado a adoção mais generalizada destas soluções.Ao mesmo tempo, as transportadoras enfrentam um ambiente complexo que impede uma adoção mais rápida e generalizada, com fatores como a escassez de combustíveis verdes, falta de transparência e rastreabilidade, e impactos geopolíticos que influenciam a estabilidade global. Mais ainda, a ausência de transparência, rastreabilidade e confiança nas soluções de combustíveis verdes constituem uma barreira relevante, levando muitos clientes a rejeitar as ofertas disponíveis devido à incerteza quanto aos benefícios reais. Neste contexto, a capacidade de interpretar o mercado, construir confiança e agir de forma estratégica pode ser determinante para capturar valor.

Segmento dos proprietários de carga líderes é responsável pela maioria do crescimento no setor do transporte marítimo verdeCom base na disposição para adotar soluções de transporte sustentável, a BCG identificou três segmentos principais de proprietários de carga: empresas pioneiras, seguidoras e resistentes. As pioneiras lideram a adoção de soluções verdes e são responsáveis pela maior parte do crescimento do mercado de transporte marítimo sustentável, estando dispostas a pagar mais de 5% de valor acrescido por alternativas com menor pegada carbónica. Mais de 90% destas organizações têm metas de redução das emissões da cadeia de valor e 75% alocam parte do orçamento para atingir esses objetivos. As empresas seguidoras, por sua vez, revelam abertura à transição, com disposição para pagar um acréscimo entre 1% e 5%.

No entanto, continuam dependentes de maior clareza regulatória antes de se comprometerem plenamente. Cerca de 75% têm metas de redução das emissões, mas apenas 60% afetam parte do orçamento para avançar com essas metas. Por contraste, as empresas resistentes mantêm uma postura reativa, não estando dispostas a pagar qualquer prémio por soluções sustentáveis e adotando combustíveis verdes apenas quando tal for exigido por regulamentação obrigatória. Apenas cerca de 40% têm metas de emissões e, entre as que têm, apenas uma minoria afeta recursos para as concretizar.O estudo, baseado num inquérito a 125 executivos do setor, incluindo diretores de logística e da cadeia de abastecimento,

Greves no Terminal XXI: AGEPOR alerta para riscos graves.


A Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) manifestou, através de um comunicado, a sua profunda preocupação com a escalada de greves promovidas pelo SIEAP no Terminal XXI, em Sines.

Para a AGEPOR, estes acontecimentos representam um cenário já conhecido, recordando o que sucedeu no porto de Lisboa, onde uma sucessão de paralisações conduziu a uma quebra abrupta da actividade portuária e ao consequente desemprego de muitos estivadores.

No caso de Sines, a associação alerta que os riscos são ainda mais graves, atendendo às características próprias da sua operação. Sendo um porto fortemente vocacionado para o transbordo, mais de oitenta por cento dos contentores movimentados destinam-se a outros portos, o que torna a perda de carga muito mais célere e o seu eventual regresso bastante mais difícil.

A concorrência directa de infra-estruturas como Tânger Med, Valência ou Barcelona facilita a deslocação imediata das linhas marítimas, com impacto directo na competitividade do porto português.

O comunicado da AGEPOR não deixa igualmente de sublinhar o contributo construtivo da Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários (FNSTP), que recentemente dirigiu uma carta aberta aos parceiros sociais. Nesse documento são apresentadas propostas com vista a reforçar a produtividade e a competitividade das empresas portuárias, assegurando o investimento, a estabilidade dos postos de trabalho e a valorização das condições de vida dos trabalhadores.

Para a AGEPOR, este é o caminho de responsabilidade que deve ser seguido. A associação apela, assim, a uma reflexão séria por parte do SIEAP, advertindo que a persistência na via das greves poderá transformar a falta de bom senso de alguns em prejuízo para muitos.

A repetição de paralisações no porto de Sines, afirma, conduzirá inevitavelmente à quebra da actividade, à destruição da confiança dos armadores e, em última análise, ao desemprego dos trabalhadores.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Interoperabilidade é a nova rota estratégica da navegação mundial


A indústria do shipping habituou-se a pensar em infraestruturas como portos, canais, docas e navios. Porém, o verdadeiro alicerce competitivo do transporte marítimo no século XXI já não se constrói em aço ou betão, mas sim em dados que falam a mesma língua.

A interoperabilidade, começa a desempenhar o papel que outrora coube ao contentor: tornar possível a eficiência global através de uma normalização invisível, mas decisiva. O caminho é claro. Plataformas portuárias, sistemas de gestão de transporte, bancos e alfândegas deixam de trabalhar em silos e passam a partilhar campos de informação estruturada, reconhecível por todos. O resultado traduz-se em menos erros manuais, maior previsibilidade no planeamento de cais e pátios, ciclos mais curtos para a libertação de cargas e um corte significativo nos atrasos e litígios que encarecem a operação.A mudança tem respaldo jurídico. A aprovação de legislação específica, como a lei britânica que confere aos documentos electrónicos negociáveis a mesma validade que ao papel, eliminou a última barreira para a adopção em larga escala de conhecimentos de embarque digitais. Clubes de protecção e indemnização já alinham as suas práticas com estas novas normas, enquanto entidades de peso como a BIMCO oferecem modelos para acelerar a adopção em diversos segmentos do transporte marítimo.

A grande força motriz desta transformação reside, contudo, na semântica comum. O esforço internacional coordenado pela Câmara de Comércio Internacional sintetizou décadas de padrões díspares num conjunto coeso de elementos de dados e documentos de referência, permitindo que operadores e plataformas se entendam sem necessidade de reinventar sistemas. A lógica é simples: verificar uma vez, reutilizar sempre, com identidades digitais fiáveis que dispensam repetições infindas de processos de verificação de contraparte. Para armadores e terminais, o manual de jogo está a ser escrito agora. Exigir que fornecedores de software adoptem modelos de dados compatíveis, certificar os sistemas como “fiáveis” para a emissão e gestão de documentos electrónicos, e incorporar identidades verificáveis nos fluxos de trabalho não é já uma opção, mas um imperativo estratégico. Quem agir primeiro definirá normas de facto nos principais corredores de comércio, atraindo carga, capitais e parceiros tecnológicos que procuram segurança, rapidez e transparência. O horizonte próximo anuncia a generalização de conhecimentos de embarque exclusivamente digitais e a expansão dos programas-piloto para corredores comerciais inteiramente digitais.

O impacto será profundo: fronteiras mais programáveis, reconciliações automáticas, auditorias simplificadas e um contributo relevante para metas de sustentabilidade e conformidade regulatória. No fundo, o sector não precisa de mais uma plataforma proprietária. O que carece é de uma linguagem partilhada, de identidades portáteis e de garantias de fiabilidade que qualquer actor possa integrar. É esse o traçado que já se encontra disponível e que, se for seguido, permitirá que a próxima crise não revele fragilidades de papel, mas sim a robustez de uma rede digital global.

sábado, 30 de agosto de 2025

Primeira cobrança do EU ETS impõe factura de 2,9 mil milhões ao transporte marítimo


No próximo dia 30 de Setembro caduca o prazo para a liquidação da primeira cobrança no âmbito do regime europeu de comércio de emissões (EU ETS) aplicável ao transporte marítimo. Segundo estimativas da consultora Drewry, o sector terá de desembolsar cerca de 2,9 mil milhões de dólares, montante resultante das emissões de dióxido de carbono comunicadas por aproximadamente treze mil embarcações ao longo de 2024.

No total, essas emissões rondaram os 90 milhões de toneladas de CO2, número que traduz um acréscimo de 14% relativamente a 2023. O agravamento deve-se em grande parte às consequências da crise no Mar Vermelho, que obrigou os navios a contornar o Cabo da Boa Esperança em vez de utilizarem o Canal do Suez, aumentando assim as distâncias percorridas e o consumo de combustível. Apesar deste crescimento, o volume de 2024 ficou ainda ligeiramente aquém do registado em 2022.

O valor agora exigido corresponde à aquisição de licenças de emissão — as chamadas EU Allowances — que funcionam como compensação pela poluição gerada. Contudo, trata-se de uma fase transitória: neste primeiro ano apenas 40% do total de emissões reportadas é efectivamente sujeito a pagamento. Já em 2025 a percentagem a cobrir subirá para 75%, atingindo os 100% em 2026, ano em que serão igualmente considerados todos os gases com efeito de estufa. Mantendo-se os actuais níveis de emissões, a Drewry antecipa que a factura em 2026 poderá ascender a 7,5 mil milhões de dólares.

No que toca à repartição por segmentos, os porta-contentores, embora representem apenas 16% da frota abrangida (ou 21% em termos de capacidade de carga), responderam por 34% das emissões de CO2 registadas em 2024. Seguiram-se os ro-pax, os navios-tanques, os graneleiros e, por último, os paquetes de cruzeiro e navios de passageiros.

A consultora assinala ainda que os navios ro-pax serão os mais penalizados, com uma factura média na ordem de um milhão de dólares por unidade, enquanto os porta-contentores deverão enfrentar encargos médios próximos dos 500 mil dólares.

WEC Lines reforça serviços de short sea com impacto directo em Portugal


A companhia de navegação WEC Lines anunciou recentemente o reforço de dois dos seus principais serviços de short sea shipping — NWC Portugal (NWC PT) e NWC Canary Islands (NWC CAI) — melhorando as ligações entre o Norte da Europa, a Península Ibérica e as Ilhas Canárias. Esta reestruturação assume particular relevância para Portugal, que passa a dispor de novas escalas semanais, maior rapidez de trânsito e melhores conexões com mercados internacionais, reforçando a posição estratégica dos portos nacionais.

O serviço NWC Portugal, operado com dois navios de mil TEU de capacidade, passa agora a funcionar numa rotação fixa de catorze dias, incluindo escalas semanais em Vigo e Thamesport. Com isto, os portos de Leixões e Setúbal beneficiam de maior regularidade e de ligações mais céleres ao Norte da Europa. Em particular, Leixões ganha destaque com partidas de Thamesport às quintas-feiras e chegada às sextas, oferecendo às empresas portuguesas prazos de entrega mais curtos e maior flexibilidade logística, factores decisivos para a competitividade das exportações.

Já o serviço NWC Canary Islands é assegurado por três navios de 868 TEU numa rotação fixa de vinte e um dias, oferecendo ligações consistentes entre o Norte da Europa, a Península Ibérica e as Canárias. A nova configuração inclui Hamburgo, Thamesport, Moerdijk, Bilbau, Vigo, Leixões, Las Palmas, Santa Cruz de Tenerife e Sines, reforçando a importância dos portos portugueses como nós estratégicos. A integração de Hamburgo traduz-se em tempos de trânsito mais reduzidos, permitindo que cargas provenientes deste porto cheguem a Leixões em apenas nove dias e às Canárias em doze a treze dias, enquanto a inclusão de Sines amplia a oferta nacional como plataforma atlântica.

Segundo Miguel Martín, responsável da WEC Lines nas Canárias, o objectivo é apoiar o comércio regional e internacional, oferecendo soluções logísticas mais rápidas, fiáveis e sustentáveis. Para Portugal, estas alterações representam não só maior previsibilidade, com escalas em dias fixos, como também redução dos tempos de trânsito e uma alternativa mais ecológica ao transporte rodoviário, já que os serviços integram-se em redes ferroviárias e oferecem ligações interiores a cidades como Lisboa, Porto, Madrid, Saragoça e Barcelona.

Com esta aposta, a WEC Lines confirma a crescente importância de Portugal como plataforma logística atlântica, capaz de servir o mercado ibérico e ao mesmo tempo actuar como elo de ligação entre o Norte da Europa e as Ilhas Canárias. 

Royal Caribbean atinge os 100M de passageiros.

A Royal Caribbean alcançou um marco histórico que ficará gravado na história dos cruzeiros: 100 milhões de passageiros recebidos a bordo da ...